A falta de planejamento prévio na sucessão de propriedades rurais é um dos principais desafios
“É fundamental ter um plano de sucessão adequado para evitar desequilíbrio patrimonial”
Em um contexto de acirrada competitividade no agronegócio, marcado pelo contínuo aumento dos custos e pela necessidade inescapável de inovação, o planejamento sucessório emerge como um componente ainda mais crucial para garantir a perenidade dos negócios familiares no campo. Com impressionantes 80% da exploração do agronegócio no Brasil sendo conduzidos por grupos familiares, a relevância desse tema atinge proporções estratégicas, demandando uma abordagem proativa e abrangente para enfrentar os desafios presentes e futuros no setor.
“A sucessão familiar bem planejada e executada é um investimento no futuro e na preservação do patrimônio familiar”, afirma a advogada Aline Avelar, especialista em Direito de Família e Sucessões, sócia do Lara Martins Advogados. “Ela permite que a propriedade rural prospere e mantenha-se como um pilar fundamental para a economia do país. Precisamos ter um olhar diferenciado para a questão produtiva dessas famílias, considerando os afetos e desafetos que surgem dessas relações e impactam diretamente a atividade”, completa.
A falta de planejamento prévio na sucessão de propriedades rurais é um dos principais desafios enfrentados no agronegócio. A procrastinação nesse processo pode resultar em conflitos familiares e na ausência de clareza sobre os objetivos e a direção futura da propriedade. Além disso, outros obstáculos incluem a resistência à mudança por parte dos sucessores, a carência de preparo técnico e habilidades de gestão, e os elevados custos de capital no setor agrícola.
“É fundamental ter um plano de sucessão adequado para evitar desequilíbrio patrimonial, problemas legais e até mesmo a falência do negócio”, enfatiza a advogada. “O plano deve considerar as características regionais da atividade, a transferência de poder, a continuidade das atividades, a sustentabilidade econômica e a governança familiar”, conclui.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 06/03/2024