Brasília, 13/11/2023 – O desembolso do crédito para agricultura empresarial e familiar do Plano Safra 2023/24 somou R$ 186 bilhões de julho a outubro deste ano, aumento de 14% na comparação com igual período do ano passado. Os financiamentos de custeio somaram R$ 110 bilhões, alta de 8% na mesma base comparativa. Em contrapartida, as operações de investimento totalizaram R$ 35,287 bilhões, queda de 20% em relação a igual período do ano anterior. As operações para comercialização avançaram 121%, para R$ 21 bilhões, e as de industrialização cresceram 148%, para R$ 19,24 bilhões. Os dados foram apresentados na sexta-feira (10) em coletiva de imprensa pelo secretário adjunto substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Wilson Vaz. “É um desempenho excepcional e um sinal de que a agricultura brasileira cresce robustamente a cada ano, inclusive com expectativa de clima com efeitos adversos em virtude do El Niño”, disse Vaz.
Vaz destacou que os R$ 186 bilhões correspondem a 43% do montante que foi programado de desembolso para a atual safra para pequenos, médios e grandes produtores, de R$ 435,8 bilhões. “Mais de 67% dos recursos do Plano Safra 2023/24 estão disponíveis. Temos muitos recursos disponíveis do Plano Safra 2023/24 para disponibilizar até junho de 2024”, acrescentou Vaz.
Segundo análise da secretaria, foram realizados 832.726 contratos no período de quatro meses do ano agrícola, sendo 602.528 no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e 101.614 no Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural).
Na avaliação do Vaz, a queda no desembolso de investimentos deve-se à decisão do produtor ou da cooperativa. “O desembolso para investimento sofreu redução, mas é uma decisão que fica com produtor rural sobre o momento certo de investir e não por falta de recursos do Plano Safra. É natural o crescimento do desembolso para custeio neste momento para capital de giro para safra”, observou. O incremento nos recursos desembolsados para comercialização, por sua vez, são explicados, segundo Vaz, pelos baixos preços dos grãos, o que gera maior demanda dos produtores por recursos específicos para a venda”, comentou o secretário.
De acordo com o secretário, a liberação de recursos do Plano Safra 2023/24 está dentro da normalidade também na agricultura empresarial. No total, R$ 160,26 bilhões foram concedidos em linhas para médios e grandes produtores de julho a outubro, 18% superior ao desembolsado em igual período da safra passada. Segundo Vaz, os recursos disponibilizados para agricultura empresarial, no montante de R$ 364,22 bilhões, estão divididos em 52% com taxas livres e 48% com taxas controladas.
O destaque foram os R$ 135 bilhões em financiamentos para custeio, comercialização e industrialização, aumento anual de 32%, enquanto as operações para investimento caíram 24%, para R$ 25,287 bilhões. Entre os financiamentos para investimento, houve recuo de 28% nos desembolsos do Inovagro e de 16% do Moderfrota. “O destaque positivo foi o aumento de 13% no RenonaAgro (antigo plano ABC) que desembolsou R$ 3,330 bilhões, sendo R$ 1 bilhões de operações para financiamento com finalidade de recuperação de pastagens degradadas. São as linhas com as condições mais atrativas do Plano Safra”, apontou Vaz. “O Pronamp teve um aumento de 50% em investimento, para R$ 2,552 bilhões. Isso é muito relevante e um sinal positivo de que o médio produtor vai demandar investimento”, comentou.
Isadora Duarte isadora.duarte@estadao.com
BroadcastAgro – 13/11/2023