A atual safra de milho no Brasil tem sido fortemente impactada pelas condições climáticas adversas, com destaque para os episódios de chuvas intensas e persistentes. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a semeadura do milho de primeira safra alcançou 15% do total, com variações entre os estados.
No Rio Grande do Sul, particularmente na região Norte, a menor saturação de água no solo, decorrente de dias mais secos, possibilitou uma evolução da semeadura, ainda que em ritmo lento. Essa lentidão se traduziu em um retorno dos tratos culturais, com foco no controle de pragas como cigarrinhas e lagartas, além da implementação da adubação nitrogenada.
As chuvas excessivas, em contrapartida, provocaram o alagamento de algumas áreas, resultando na morte de plantas. A alta pluviosidade, combinada com períodos prolongados de baixa radiação solar, levou ao aparecimento de plantas amareladas, indicativo da lixiviação dos nutrientes do solo.
No Paraná, os números são um pouco mais otimistas, com a semeadura chegando a 42% da área total prevista. Em Santa Catarina, o plantio se mostra dinâmico, com áreas semeadas apresentando condições favoráveis de desenvolvimento.
A situação do milho 2ª safra é monitorada em quatro estados restantes: Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Resultando em 4,3% das lavouras monitoradas ainda em campo.
No Paraná, as chuvas intensas comprometeram os trabalhos de campo, com a presença significativa de plantas acamadas reduzindo a velocidade da colheita. Mato Grosso do Sul enfrentou problemas similares, com as chuvas prejudicando o ritmo da colheita devido ao acamamento das plantas.
São Paulo, por sua vez, conseguiu progredir com a colheita e registrou produtividades satisfatórias. Minas Gerais beneficiou-se de condições climáticas mais secas, o que facilitou a colheita, enquanto no Pará, a colheita avança nas últimas áreas semeadas.
Informações obtidas no boletim de Progresso de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)*
Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon.**
Seane Lennon
AGROLINK – 19/09/2023