A Associação Brasileira dos Produtores de Milho promoveu, em conjunto com a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) e a empresa de biotecnologia e proteção de cultivares Syngenta, uma reunião técnica para falar sobre defensivos agrícolas, manejo de pragas e estratégias de controle. O evento foi realizado em Brasília, na sede da Abramilho e Aprosoja, nesta quinta-feira, 24 de agosto.
O diretor-executivo da Abramilho, Glauber Silveira, abriu o evento enfatizando a importância das informações para os produtores. “É necessário que as empresas de biotecnologia ajudem os produtores com os desafios atuais e futuros, pois quando os devidos cuidados não são tomados, a perda de produtividade pode ser significativa. O potencial da produção brasileira é muito grande, portanto, é preciso que haja um cuidado especial com a prevenção de doenças e pragas. Este trabalho se inicia nos laboratórios e termina na lavoura”.
O diretor-executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, falou durante a abertura sobre a importância de aproximar as associações dos novos recursos tecnológicos. “Uma grande preocupação dos produtores é que as opções de variedades genéticas possam ser mais tolerantes, pois a priorização do aumento da produtividade pode resultar em perda de resistência às pragas”, explicou.
O primeiro painel de discussão foi sobre fungicidas para controle de anomalia da soja e mancha-branca do milho.
Os representantes da Syngenta e especialistas da área compartilharam informações sobre os desafios enfrentados no cultivo do milho. Rogério Rodrigues, gerente de projetos da empresa, destacou as transformações no cenário de doenças e pragas que afetam a cultura. Ele mencionou que, se há cinco anos a preocupação estava voltada para a ferrugem Polissora, nos últimos tempos houve uma mudança de foco para a mancha-branca, que pode reduzir em até 22,7 sacas por hectare. Isso exige a adoção de novas estratégias de manejo.
O especialista também ressaltou que a evolução no manejo das doenças requer uma abordagem holística, que vai desde a seleção de híbridos mais tolerantes à praga até a utilização de tecnologias mais avançadas nas outras etapas do plantio. Ele também enfatizou a importância de os produtores utilizarem os fungicidas preventivamente, especialmente no início do ciclo da cultura.
O gerente destacou ainda que devido às constantes mudanças no cenário agrícola, a busca por alternativas tecnológicas se torna crucial para enfrentar os desafios e maximizar a produtividade.
Diante dos dados apresentados no evento, o vice-presidente da Abramilho, Zilto Donadello, lembrou que o papel das empresas é se atentar, cada vez mais, às necessidades dos agricultores. “As biotecnologias são necessárias para o aumento da produtividade, porém as empresas precisam levar em conta a real demanda do campo por tais tecnologias e tomarem cuidado para não as impor”.
Para André Dobashi, diretor da Abramilho, não há uma solução única e sim um complexo de ações a serem adotadas. “As empresas de tecnologia precisam passar orientações ao produtor já com um pacote de soluções que englobem não apenas os fungicidas, inseticidas e herbicidas, mas todos juntos com uma combinação que traga melhores resultados”.
Outro fator abordado durante o evento foi a presença da cigarrinha nas lavouras, cujo principal agravante é que, além de causar dano direto, o inseto também transmite molicutes e virose, causando o enfezamento do milho.
Carlos Piotto, gerente de inseticida da Syngenta explicou que a cigarrinha ainda é um problema grave e que não deve se resolver rapidamente. “Temos que entender a praga para termos sucesso no manejo. A cigarrinha começa a ser notada com mais frequência na fase V2 do milho e não pode ser ignorada pelo produtor, pois sua presença pode causar até 100% de perda da lavoura”. Dessa forma, o alerta dos especialistas é que os produtores façam o manejo integrado e busquem as informações e as ferramentas necessárias para manter o aumento da produtividade.
Para concluir, o diretor da Abramilho, Glauber Silveira, falou sobre a importância de manter as reuniões técnicas com especialistas da área. “Este encontro é importante para aproximar as associações de produtores com as novas tecnologias do mercado”.