Em Chicago o cereal fechou em alta com escalada da guerra no Mar Negro
A Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3) apresentou ganhos para o milho com cenário de tensão internacional, enquanto os vencimentos valorizam até 3,29%, de acordo com informações da TF Agroeconômica. “A escalada de tensão no dia de hoje, na qual a Rússia, em uma decisão unilateral, anunciou o fim do corredor de exportações, impactou positivamente nos negócios de milho na Bolsa de Valores”, comenta.
“Os ganhos não foram maiores, e se comparados à Bolsa de Chicago pode-se dizer que até pequenos, devido ao cenário interno, onde no dia de hoje a Conab divulgou novos avanços de safra. Segundo a entidade, a safrinha beirou os 39% de colheita, enquanto para a safra verão, o percentual é de 97% colhido. Na comparação com o ano passado, a safrinha apresenta-se cerca de 10% em atraso; no entanto, vale ressaltar que há mais milho este ano. Entre o avanço de estados, destacam-se Mato Grosso (67,7%), Tocantins (60%), Maranhão (50%), Piauí (28%), Minas Gerais (23%), Goiás (19%), Mato Grosso do Sul (7%) e Paraná (4%)”, completa.
Em Chicago o cereal fechou em alta com escalada da guerra no Mar Negro e dúvidas sobre o rendimento da safra. “A cotação para setembro23, referência para a nossa safra de inverno, fechou em alta de 5,91 % ou $ 29,50 cents/bushel a $ 528,75. A cotação de dezembro23, a principal data negociada nos EUA, fechou em alta de 5,63 % ou $ 28,50 cents/bushel a $ 534,50”, indica.
“O milho fechou em alta nessa terça-feira, sendo o grão com maior valorização do dia. A Rússia alegando uma retaliação ao ataque da principal ponte da Crimeia no dia 17, bombardeou os portos de Odessa e Mykolaiv, já no primeiro dia após o final do acordo de grãos no Mar Negro (18), o que levou o mercado a refazer as contas. Sendo a Ucrânia um grande exportador de milho, a escalada da guerra, principalmente na região do Mar Negro, dificultariam as exportações até uma possível retomada do acordo”, conclui.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 19/07/2023