Qualquer oscilação no mercado externo é sentido fortemente no Brasil
Com a perspectiva de colher uma safra recorde nessa temporada, os produtores brasileiros passam a se preocupar com a grande oferta de milho no mercado – o que poderia derrubar as cotações do cereal. De acordo com a equipe de analistas de mercado da Consultoria TF Agroeconômica, a demanda interna depende da demanda externa de carnes, que está promissora.
“Com uma produção total de 125,71 milhões de toneladas de milho da safra 2022/2023 e um consumo interno de 79,32 milhões de toneladas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil é altamente dependente das suas exportações para escoar o produto manter preços adequados”, observa o analista sênior da TF, Luiz Carlos Pacheco.
De acordo com o especialista, em função dessa correlação, qualquer oscilação no mercado externo é sentido fortemente nos preços do mercado interno – para cima, se a demanda externa crescer, para baixo, se a demanda externa arrefecer. Mesmo a sua demanda interna depende da exportação de carnes. “Felizmente, as projeções de exportação de carne bovina são de um crescimento de 4% em 2023, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)”, ressalta ele.
“O Brasil exporta cerca de 3 milhões de toneladas de carne bovina o que representa 25% da demanda mundial. A carne de frango já mostrou um crescimento de 8,5% no primeiro semestre de 2023 em volume e 9,3% em arrecadação. As exportações de carne suína aumentaram 15,6% no primeiro semestre de 2023 em volume e 26,7% em arrecadação. As perspectivas, portanto, por este lado, são de sustentação dos preços”, conclui Pacheco.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 10/07/2023