A expectativa é de recorde nas produções de soja e milho
A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar novo recorde em 2023, totalizando 299,7 milhões de toneladas, de acordo com a estimativa de março do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (Lspa), divulgado hoje (13) pelo Ibge. O valor é 13,9% maior que a obtida em 2022 (263,2 milhões de toneladas), crescimento de 36,5 milhões de toneladas.
Em relação a fevereiro, a estimativa registrou alta de 0,5% com acréscimo de 1,6 milhão de toneladas. A expectativa é de recorde nas produções de soja e milho.
Já a área a ser colhida deve ser de 76,1 milhões de hectares, crescimento de 3,9% frente à área colhida em 2022, com acréscimo de 2,9 milhões de hectares. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou um crescimento de 266.717 hectares (0,4%).
“O clima está bom na maioria das Unidades da Federação produtoras, assim como os preços, o que leva o produtor a ampliar a área plantada. Na primeira safra, ele aumenta a produção da soja; na segunda, a do milho. Essa é a segunda maior estimativa e recorde da série histórica. A produção de milho e de soja também são recordes. Mas tivemos um declínio de 1,8% na estimativa de produção do arroz devido a problemas climáticos no Rio Grande do Sul. Também houve declínio na produção de soja e milho no estado, mas que foi compensado pelo aumento da produção no Mato Grosso e no Paraná”, analisa Carlos Barradas, gerente do Lspa.
Outro destaque é o aumento de 13% na estimativa de produção do trigo devido ao aumento na estimativa do Paraná, um grande produtor de trigo ao lado do Rio Grande do Sul.
“Devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, dois grandes produtores, está havendo oportunidades para o aumento da produção e das exportações do trigo brasileiro. O Paraná aumentou em 33,2% a estimativa da produção do trigo, devido a um aumento de 14,1% na área e de 16,8% na produtividade”, completa Barradas.
Em relação a feveReiro, os principais acréscimos nas estimativas da produção foram do trigo (13,0%), da cevada (11,7%), do café canephora (2,9%), do tomate (2,4%), da soja (1,5%), do algodão herbáceo (em caroço) (1,4%), do feijão 1ª safra (0,3%) e da aveia (0,1%).
Por outro lado, foram registrados declínios nas estimativas da produção do milho 1ª safra (-2,8%), do fumo (-1,8%), do arroz em casca (-1,8%), do feijão 2ª safra (-1,3%), do milho 2ª safra (-0,9%), da uva (-0,7%), do café arábica (-0,3%) e do feijão 3ª safra (-0,1%).
A produção agrícola do Rio Grande do Sul tem sofrido os efeitos do fenômeno La Niña, com uma forte estiagem, o que levou à redução de sua estimativa de produção no mês para o estado.
“No ano passado a seca no Rio Grande do Sul foi ainda mais grave. Este ano vem ocorrendo uma recuperação, apesar do clima. O Estado é nosso terceiro maior produtor de grãos”, explica Barradas.
IBGE
Agrolink – 13/04/2023