Durante uma reunião técnica realizada na última semana na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, na Suíça, a Aliança Internacional do Milho (Maizall) formada por produtores de milho do Brasil, Argentina e Estados Unidos defenderam o acesso à tecnologia, inovação e biotecnologia. Durante o encontro estavam os embaixadores do Brasil, Argentina e Estados Unidos que mostraram interesse em colaborar com a Aliança Internacional do Milho (Maizall) em ações contra barreiras que possam impedir o livre comércio de alimentos no Mundo.
De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), Paulo Bertolini, a entidade possui um papel ativo nas questões que foram debatidas nos encontros. “A Abramilho tem se tornado relevante no contexto mundial. O Brasil deve se tornar o principal exportador de milho e isso traz uma grande responsabilidade para o produtor. Nós estamos na ponta para ir quebrando as barreiras comerciais impostas por alguns países, e que muitas vezes são baseadas em questões sanitárias que não se aplicam.”
Os líderes da Maizall também se reuniram individualmente com dez países-membros da OMC, incluindo Ucrânia, Austrália, Coreia do Sul, Paraguai e Canadá, com o intuito de compartilhar conhecimentos, informações e inovações tecnológicas, além de abordar questões relacionadas às restrições comerciais em relação à inovação agrícola.
O diretor da Abramilho, Bernhard Kiep, explica que alguns países ainda defendem uma agenda anterior à guerra da Ucrânia e que não estão alertas para questões urgentes de segurança alimentar. “Ficou claro que estão desconectados da realidade e que esta é uma oportunidade muito boa para defendermos nosso sistema produtivo”.
Kiep ressalta ainda que a falta de informação acaba gerando leis que dificultam o desenvolvimento agrícola, especialmente na Europa. “A biotecnologia é a principal ferramenta para o futuro da agricultura, mas alguns países acabam sendo contra justamente pela falta de conhecimento. Mas a Abramilho dialogou com vários representantes e percebeu que também existem pessoas muito capacitadas e que conhecem bem essa tecnologia e a aprovam”.
De acordo com o diretor, a Maizall tem ajudado a fazer com que os órgãos públicos europeus olhem pra o Brasil como uma referência em produção.
Durante a missão, a Maizall realizou ainda workshop e reuniões em Paris, na França. A delegação fez uma visita técnica a uma fazenda experimental francesa para trocar informações sobre a aplicação da tecnologia no sistema produtivo. Paulo Bertolini destaca a equipe técnica que coordena a fazenda e faz os experimentos é receptiva à tecnologia. “Eles percebem que a inovação faz diferença nos resultados da produtividade e que biotecnologia também representa segurança alimentar”.
A Maizall
A Maizall é uma parceria entre associações de produtores de milho da Argentina, Brasil e Estados Unidos, que juntos produzem metade do milho global e 70% do excedente exportável. A aliança inclui a Abramilho representando o Brasil, e duas associações dos EUA, a The U.S. Grains Council e a National Corn Growers Association (NCGA). Quem representa a Argentina é a Associaón Maíz y Sorgo Argentino (Maizar).
