Combinando boa oferta de crédito, preços altos e renda favorável
O Brasil deve colher 319,78 milhões de toneladas de cereais e oleaginosas na safra deste ano, aponta o segundo levantamento da DATAGRO Grãos para a safra 2023. Trata-se do 13º aumento consecutivo da área semeada no País, desenhando assim mais uma produção recorde.
“No geral, o quadro foi bastante favorável para a implantação desta safra, semelhante ao verificado na temporada passada, combinando boa oferta de crédito, preços excepcionais observados nas principais culturas durante 2022, e sentimento de renda ainda favorável para 2023, apesar dos preços menores de forma predominante”, observa Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.
A consultoria aponta para uma área de 79,37 milhões de hectares, aumento de 3,7% ante 2022. A produção total de grãos está projetada em 319,78 milhões de toneladas, acima das 309,63 mi de t da estimativa anterior. Em caso de confirmação, significaria crescimento de 11% sobre a frustrada, mas ainda recorde, temporada do ano passado, revisada neste levantamento para 287,36 mi de t.
Depois do fator mais importante, a definição da área a ser semeada, o que mais pesa nessa boa expectativa inicial de produção é o nível tecnológico utilizado nas lavouras, que trouxe suporte para os positivos números dominantes de produtividade.
O terceiro fator para a definição da safra é o clima, sempre o mais delicado. Apesar do terceiro ano seguido sob o impacto do fenômeno La Niña, as anomalias climáticas estiveram desta vez limitadas à metade oeste do Rio Grande do Sul. Com isso, a safra 2022/23, no geral, foi beneficiada pela regularidade das chuvas.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 30/03/2023