São Paulo, 31/01/2023 – A consultoria Céleres projeta que a safra brasileira de milho 2022/23 alcance 129,1 milhões de toneladas, aumento de 7,6% em relação à temporada passada. Do montante, 27 milhões de toneladas devem ser colhidas na safra de verão (primeira safra), 99,9 milhões de toneladas no ciclo de inverno (segunda safra ou safrinha) e 2,2 milhões de toneladas na terceira safra. As estimativas foram divulgadas em relatório mensal da consultoria.
Segundo a consultoria, as perdas de produtividade pela seca na safra de verão não causaram impactos tão expressivos no cereal quanto na soja. Mesmo com os prejuízos, em todos os Estados que semeiam a primeira safra do cereal, haverá crescimento na produção neste ciclo em relação ao anterior.
O Paraná deverá colher 2,1 milhões de toneladas mais nesta safra ante a 2021/22, enquanto a produção do Rio Grande do Sul tende a ser 1,9 milhão de toneladas superior à da temporada passada, “apesar das perdas observadas e esperadas de produtividade em virtude dos efeitos do La Niña”. “De forma geral, os problemas climáticos na região Sul em 2022/23 foram menores que em relação à temporada anterior. Logo, Paraná e Rio Grande do Sul ainda lideram como os estados com maiores ganhos na produção, em valores absolutos. No total, eles deverão produzir 3,7 e 4,6 milhões de toneladas de milho 1ª safra, respectivamente”, estimou a consultoria.
Em relação ao milho safrinha, a Céleres observa que não espera redução ou estabilidade na área plantada na safra 2022/23, “apesar do cenário político gerar incertezas em relação aos incentivos ao setor agrícola brasileiro”. “O setor produtivo vê a janela de plantio ainda dentro do adequado para os trabalhos de milho inverno, apesar dos atrasos na colheita da oleaginosa em diferentes estados”, pontuou a consultoria.
Com o incremento na produção nacional, a Céleres prevê oferta total de milho no País com oferta total de 139,7 milhões de toneladas e demanda de 130,2 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, ante, respectivamente, 100 milhões de toneladas e 93,4 milhões de toneladas da temporada 2021/22. A relação estoque/consumo do cereal tende a não aumentar na mesma proporção da oferta, passando de 26 milhões de toneladas na temporada 2021/22 para 27 milhões de toneladas neste ciclo. “No que tange à relação estoque/consumo, é possível observar que, em dias, o nível se mantém praticamente estável em relação aos últimos dois anos. Isso porque apesar do aumento da demanda por milho brasileiro, principalmente por novos destinos exportadores como a China, o crescimento possível da oferta mais do que compensa”, comentou a Céleres.
Isadora Duarte: isadora.duarte@estadao.com
BroadcastAgro – 31/01/2023