Plantio segue evoluindo e o desenvolvimento das lavouras segue em boas condições
De acordo com o especialista Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, continuará sendo o clima da América do Sul o centro das atenções essa semana. As chuvas que vierem nos próximos dias poderão fazer o mercado precificar as cotações do cereal mais produzido pelo Brasil.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) projeta precipitações volumosas para todo o Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul, que permanecerá com calor e chuvas de baixo volume, mantendo o cenário crítico. Na Argentina, o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) sinaliza a continuidade de chuvas mal distribuídas e altas temperaturas.
Por sua vez, em relação às exportações – e contrariando as expectativas iniciais –, as vendas externas brasileiras deverão “permanecer aquecidas em janeiro”, diz o especialista. “Com a diminuição dos estoques brasileiros, o mercado interno deverá se fazer presente para garantir o suprimento até a chegada da colheita da safra atual”, acrescenta ele.
“Novos acontecimentos referentes à flexibilização das medidas contra o Covid-19 na China e a regularização das exportações ucranianas poderão impactar as cotações em Chicago e, por consequência, o milho brasileiro. Diante disso, as cotações brasileiras poderão ter uma semana de valorização em relação à semana anterior”, aponta o analista de mercado da Grão Direto.
EVOLUÇÃO DA SAFRA E VENDAS
Em relação à safra 2022/23 no Brasil, diz o Ruan Sene, o plantio segue evoluindo e o desenvolvimento das lavouras segue em condições satisfatórias em todo o Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul. De acordo com o “Informativo Conjuntural”, divulgado pela Emater/RS, no último dia 05, persiste o quadro de déficit hídrico na maior parte do estado, com consolidação nas perdas de produtividade.
“Após o recorde de volume exportado do Brasil em 2022, as vendas internacionais já começaram o ano bastante aquecidas. Esse movimento de exportação brasileira está sendo fortalecido neste momento, principalmente, pela demora na liberação de navios da Ucrânia. No acordo da Ucrânia para escoar grãos pelo Mar Negro, firmado ano passado, todos os navios são inspecionados por equipes conjuntas, e isso vem causando uma demora acima do normal, onde as embarcações ficam aguardando em média mais de um mês para serem liberadas. Diante disso, o Brasil surge como um ótimo substituto”, conclui o analista de mercado.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 10/01/2023