Em seu último boletim, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) manteve a previsão de 126 milhões de toneladas para a Safra 22/23, o que representa um aumento de 12% se comparado a safra passada. A 1ª Safra — que já está em fase de plantio — também deve crescer 12%, porém, a previsão de novembro mostrou uma pequena redução de 500 mil toneladas se comparada a previsão de outubro.
O plantio da 1ª Safra atingiu 40% das áreas, porém, devido ao excesso de chuvas, os estados de Santa Catarina e Paraná estão com o plantio atrasado. No Paraná foi semeado 46% de área, mas o excesso de precipitações provocou erosão em algumas lavouras e atraso no plantio em relação à safra passada. A baixa luminosidade e temperatura em grande parte do estado também têm prejudicado o desenvolvimento de uma parcela da cultura.
Outro ponto de atenção é o aumento da cigarrinha em alguns estados. No Rio Grande do Sul — maior estado produtor de milho na 1ª Safra — 78% das áreas já estão plantadas, mas há registros de um surto de cigarrinhas ocorrido no início da janela de semeadura. Entretanto, as temperaturas amenas de setembro, aliadas aos controles efetuados pelos agricultores, diminuíram a pressão do inseto sobre as lavouras.
Segundo a Epagri, em Santa Catarina, a população de cigarrinhas continua com tendência de elevação, em especial nas regiões oeste e extremo-oeste, com média semanal de captura de oito cigarrinhas por armadilha.
A 1ª Safra também deve sofrer impacto no estado de Mato Grosso do Sul. Espera-se uma redução da área de milho como consequência da maior conscientização dos produtores com a alta incidência de cigarrinha ocorrida no ciclo produtivo que se encerrou.
Em Goiás, 40% das áreas já estão semeadas, mas houve um desestimulo ao plantio da 1ª Safra devido a ameaça da praga — uma das causas para o baixo desempenho verificado na 2ª Safra de 2022. Na região sudoeste, as informações são que os produtores vêm adotando estratégias quanto ao período de cultivo do milho, de modo a evitar a pressão do inseto sobre a próxima 2ª Safra.
Ano de 2022 marca momento positivo para o milho no mercado externo
A exportação de milho do Brasil deve chegar ao segundo melhor ano da história em 2022, de acordo com avaliação da Scot Consultoria. Com a liberação das exportações à China e o contexto internacional conturbado no mercado de milho, a expectativa é que o volume siga crescente.
Até outubro, o volume acumulado foi de 31,5 milhões de toneladas. Em Mato Grosso foram comercializados 83,5% da produção, dando espaço para um aumento nas exportações, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
A Conab projeta uma estabilização do volume de importação total para a Safra 2022/23 em 2,5 milhões de toneladas do grão em relação à Safra 2021/22. Para as exportações, com a projeção aquecida da demanda externa pelo milho brasileiro produzido na Safra 2022/23, a Conab estima que 45 milhões de toneladas sairão do país via portos.