“O preço FOB de exportação do milho brasileiro está andando de lado faz tempo”
De acordo com os dados divulgados pela TF Agroeconômica, os preços do milho seguem caindo no Brasil e isso se deve, principalmente, aos estoques. “Porque o país tem estoques entre 25-27 milhões de toneladas ainda disponíveis e só precisará de 13,5 milhões até o início da próxima safra. Simples assim”, comenta.
“Isto tira toda a pressão da demanda e coloca a pressão sobre a oferta e baixa os preços. Mesmo que mantenha um ritmo de exportação de 6,7 milhões de toneladas, igual ao volume exportado em setembro, que foi o segundo maior do ano, consumiria apenas 20 MT, restando cerca de 7 milhões para começar a nova safra. Com isto, os compradores internos não precisam aumentar os preços para se abastecer”, completa.
Os dados semanais da CFTC registraram que os Fundos liquidaram 57 mil contratos líquidos de compra em milho para um total de 176.831 líquidos em 15/11. “Essa foi a posição líquida mais fraca desde 16/08. Os comerciais também reduziram a exposição, fechando 36,4 mil posições vendidas para um total líquido de 424.628 posições vendidas no fechamento de terça-feira”, indica.
“O preço FOB de exportação do milho brasileiro está andando de lado faz tempo, entre US$ 290-US$300/tonelada, diante da grande disponibilidade da safra atual. Já o preço do milho argentino está caindo, oscilando entre US$ 310-US$ 300/tonelada. Nesta sexta-feira, os preços das duas origens estão se aproximando, fechando a US$ 301 o argentino e US$ 299, o brasileiro. Com a pouca disponibilidade dos nossos vizinhos, a demanda internacional, que estava concentrada na Ucrânia e nos EUA, passou a olhar o mercado brasileiro”, conclui.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 21/11/2022