No Paraguai as empresas que aceitam qualidade inferior, mesmo com descontos, conseguem negócios
A Demanda de milho se voltou finalmente para o Brasil, mas os prêmios ainda não subiram, segundo informações da TF Agroeconômica. “Outubro manteve $ 50/bushel, novembro, recuou para $ 70 e dezembro manteve $ 90/bushel. O preço flat FOB do milho brasileiro subiu US$ 1/t para US$ 296/t, contra US$ 355/t do milho americano e US$ 310/t do milho argentino”, comenta.
“Todos os comentários, no Basil e no exterior, dizem que a demanda internacional de milho está voltada, a partir de agora, para o Brasil. Confirmam isto os altos preços dos concorrentes, mas, a verdade é que os prêmios, que mostram esta demanda, ainda não subiram para o milho brasileiro”, completa.
Em relação ao milho argentino, os prêmios e preços equivalente voltam a cair. “Preços FOB Up River para navios Handysize recuaram para o equivalente a US$ 279 novembro e US$ 287 dezembro. Para safra nova, março recuou para US$ 297, abril também a UDS$ 297, maio para US$ 297, junho não foi cotado, novamente e julho para US$ 263. Mercado de Panamax recuou para US$ 273 julho/23”, indica.
No Paraguai as empresas que aceitam qualidade inferior, mesmo com descontos, conseguem negócios. “Embora os preços tenham funcionado do lado negativo, os números da FAS ficaram relativamente estáveis, mesmo melhorando em alguns momentos, permitindo a realização de negócios pontuais. As empresas que permitem alguma flexibilidade na recepção de mercadorias, aplicando descontos, têm alguma vantagem, com os vendedores a garantirem que não têm camiões rejeitados”, informa.
“O mercado brasileiro não vem apresentando números competitivos, e há problemas logísticos na fronteira, o que deve limitar os negócios para o país vizinho. O chefe da Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), César Jure, explicou que os contratos entre produtores e a cadeia comercial não podem sofrer intervenção política, pois são essenciais para que o agricultor financie todo o processo de produção”, conclui.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 20/10/2022