Europeus vão precisar importar aproximadamente 20 milhões de toneladas
A colheita de milho da União Europeia (UE) terá uma quebra de nada menos que 10 milhões de toneladas, anunciou a consultoria Strategie Grains nesta quinta-feira, 12 de Agosto, em seu relatório mensal. De acordo com a projeção, os países do bloco europeu vão produzir apenas 55,4 milhões de toneladas na temporada 2022/23 – a mais baixa dos últimos 15 anos.
Na comparação com o relatório de estimativa anterior, a Strategie Grains realizou um corte de 15% sobre os 65,4 milhões de toneladas previstos em julho. De acordo com os analistas de mercado, a safra de milho da UE está sendo severamente afetada pelo agravamento da seca e as sucessivas ondas de calor nos principais países produtores (como França, Romênia e Hungria), durante o momento crucial de crescimento da cultura no verão.
“As perspectivas para as safras de milho de 2022 em toda a Europa se deterioraram drasticamente. Esta seria a menor colheita desde 2007”, afirma o relatório da Strategie Grains de Agosto de 2022. Em função da quebra forte, os especialistas afirmam que os europeus vão precisar importar aproximadamente 20 milhões de toneladas, aumento de três milhões de toneladas em relação à projeção anterior.
Como os Estados Unidos também terão uma forte queda de produtividade e não se sabe se a Ucrânia poderá despachar seu cereal, a grande expectativa do mercado é sobre onde os europeus vão buscar o milho que precisam. A alternativa para produzir ração animal seria substituir por trigo e cevada, de acordo com a Strategie Grains, o que criaria outro problema de abastecimento e inflação nessas culturas, que são usadas para alimentação humana.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 12/08/2022