“Estas projeções podem ser pessimistas porque não explicam todas as formas que a tecnologia pode ajudar”
Um estudo da Universidade de Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, indicou que as mudanças climáticas vão tornar o cinturão de milho norte-americano inadequado para o cultivo de milho até 2100, caso não existam grandes avanços tecnológicos nas práticas agrícolas. A autora do estudo, Emily Burchfield, afirma que deve existir uma diversificação além das principais colheitas de commodities que agora compõem a maior parte da agricultura norte-americana.
“Não basta depender simplesmente de inovações tecnológicas para salvar o dia. Agora é o momento de pensar em grandes mudanças no que e como cultivamos os nossos alimentos para criar formas de agricultura mais sustentáveis e resilientes”, aponta a investigadora.
Os pesquisadores, de acordo com a Revista Vida Rural, de Portugal, combinaram dados espácio-temporais da sociedade e do ambiente para compreender o futuro da segurança alimentar nos Estados Unidos, incluindo as consequências de um clima em mudança. O estudo atual focou-se nas seis principais colheitas norte-americanas que cobrem 80% das terras cultivadas: luzerna, milho, algodão, feno, soja e trigo.
“Estas projeções podem ser pessimistas porque não explicam todas as formas que a tecnologia pode ajudar os agricultores a adaptarem-se e a enfrentarem o desafio”, admite Emily Burchfield. Ela nota que o investimento pesado já está a ser estudado na modificação genética de plantas de milho e soja para ajudá-las a adaptarem-se às alterações climáticas. “Uma das leis básicas da ecologia é que ecossistemas mais diversos são mais resistentes”, declara.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 07/06/2022