Além disso, as expectativas são de o preço dos fertilizantes continuar a crescer
De acordo com a Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo de Portugal (ANPROMIS), com base no relatório “Commodity Markets Outlook” de abril de 2022, elaborado pelo World Bank Group, os preços elevados das commodities devem durar até 2024. Eles foram elevados pela guerra travada entre a Rússia e a Ucrânia.
“Em termos gerais, isto representa o maior impacto nas commodities vivido desde a década de 1970. Tal como naquela época, este impacto é agravado por um aumento nas restrições ao comércio de alimentos, combustíveis e fertilizantes”, disse o vice-presidente de Crescimento Equitativo, Finanças e Instituições do Banco Mundial, Indermit Gill.
“Esses desdobramentos começam a dar sinais de alerta sobre uma possível estagflação [inflação elevada e desemprego elevado]. Os formuladores de políticas públicas devem aproveitar todas as oportunidades disponíveis para aumentar o crescimento económico interno e evitar ações que prejudiquem a economia global”, considerou.
Na questão dos cereais, o economista sénior do Grupo de Perspetivas do Banco Mundial, John Baffes, considera que “os efeitos em cascata serão duradouros. O forte aumento dos preços dos fatores de produção, como, por exemplo, energia e fertilizantes, pode levar a uma redução na produção de alimentos, principalmente nas economias em desenvolvimento”.
Além disso, as expectativas são de o preço dos fertilizantes continuar a crescer, podendo vir a aumentar mais 70% face aos preços atuais. “Esta é também uma consequência da guerra que se trava na Europa, uma vez que a Rússia e a Bielorrrúsia estão entre os principais fabricantes de fertilizantes e dos maiores fornecedores de gás natural, uma das matérias-primas dos fertilizantes nitrogenados”, nota o relatório.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 11/05/2022