A segunda-feira (9) terminou com os preços do milho perdendo mais de 1% na B3, mas com valores ainda acima dos R$ 90,00 por saca nos vencimentos mais negociados. O contrato julho terminou o dia R$ 90,85, enquanto o setembro ficou em R$ 93,41 e o novembro em R$ 96,21 por saca. As baixas vieram mesmo com a alta do dólar frente ao real que, neste primeiro pregão da semana, foi de 1,6% para R$ 5,16.
Além da pressão vinda das baixas de mais de 1% observadas na CBOT, o mercado do cereal no Brasil também sente o peso das perspectivas de uma segunda safra maior do que a do ano passado, apesar das baixas de rendimento em alguns pontos importantes de produção no país, bem como do comportamento mais contido dos compradores neste momento, à espera da oferta da safrinha.
“O mercado do milho nesta nova semana deve seguir com pouca pressão dos grandes compradores do setor de ração, que devem continuar trabalhando com os estoques que tem nas mãos para liberar os armazéns e depois atuar na Safrinha via recebimento direto de produtores e assim lento no lado comprador”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Todavia, o consultor segue alertando para os bons preços do milho que têm se formado nos portos brasileiros. Parte do apoio vem do câmbio, mas também da demanda maior pelo grão nacional uma vez que a oferta da Ucrânia continua presa pela manutenção da guerra com a Rússia.
São indicativos ainda na casa de R$ 95,00 a R$ 100,00 por saca, a depender dos prazos de pagamento e entrega, refletindo não só o dólar em alta, mas também uma demanda maior pelo grão nacional neste momento.
“Ou seja, o milho continua mostrando boas cotações em dólares, mas que podem começar a perder folego com o avanço do plantio da safra americana. Com isso, espera-se por mais uma semana de calmaria e poucos negócios”, complementa Brandalizze.
MERCADO INTERNACIONAL
Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho terminaram o dia perdendo entre 7,75 e 12,75 pontos nos contratos mais negociados, com o julho valendo US$ 7,72 e o setembro, US$ 7,29 por bushel.
De acordo com analistas internacionais, ao lado do forte sentimento de aversão ao risco que derruba todas as commodities neste começo de semana, o clima melhor esperado para o Corn Belt nos próximos dias também pressiona as cotações.
“O tempo seco está permitindo o avanço do plantio de milho e soja o que naturalmente ajuda a pressionar os mercados (…) O modelo GFS desta manhã (08), retirou as chuvas de praticamente todo MeioOeste, mais especificamente no Sul, sudeste, delta e nas planícies centrais”, explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Notícias Agrícolas – 09/05/2022