Redução da demanda chinesa se reflete na menos demanda interna
Há mais fatores globais de baixa do que alta no mercado do milho, apontam os analistas de mercado da Consultoria TF Agroeconômica. Confira o que mexe nos preços do cereal mais plantado no Brasil:
FATORES DE ALTA
*Clima adverso nos EUA: O clima frio em boa parte das regiões produtoras nos EUA, dificultando o plantio de milho no país, deu impulso para o movimento de alta dos futuros em Chicago;
*Dificuldades da Ucrânia de exportar milho: A Ucrânia é o quarto maior exportador mundial e abastece, normalmente, a Europa e a China que, com a sua ausência, tem que buscar alternativas em outras origens, aumentando a sua demanda sobre o Brasil e os Estados Unidos. As margens de importação de milho da China estão negativas.
FATORES DE BAIXA
- a) Boas perspectivas de safra e demanda retraída: Apesar do cenário internacional e falta de chuva em microrregiões produtoras, as boas expectativas de safra no Brasil e a comercialização lenta devem trazer novos recuos para a saca do milho no mercado doméstico;
- b) Redução da demanda chinesa se reflete na menos demanda interna: Com lockdown e recomposição de rebanho, a China reduz compras e afeta venda do Brasil. A China está recuperando seus plantéis de suínos em um ritmo mais acelerado do que previa o setor no Brasil e a consequência disso é a menor exportação de carne suína nacional. O cenário preocupa o setor porque o grande comprador do produto vem adotando restrições mais severas à circulação de pessoas após o aumento de casos de covid-19, o que sinaliza mais dificuldades quanto à demanda;
- c) Queda de 28% nas exportações brasileiras de carne suína: No Brasil, os números da balança comercial mostram os efeitos sobre os preços da carne com o menor apetite do país asiático no mercado global.
- d) Reação incipiente do mercado brasileiro: Para a suinocultura brasileira a menor demanda chinesa e a reação ainda incipiente do consumo interno trazem desafios em um momento de forte alta dos custos, por causa sobretudo dos preços do milho e do farelo de soja.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 02/05/2022