Suspensas desde fevereiro, as linhas de crédito subsidiadas do Plano Safra 2021/22 continuam bloqueadas, no mínimo até o dia 15 de abril. O motivo é a falta de orçamento do Tesouro Nacional para equalização das taxas de juros.
A retomada passa por votação de Projeto no Congresso Nacional, ainda sem data marcada, que liberaria cerca de R$ 868 milhões para subvencionar os juros. Estima-se que aproximadamente R$ 24 bilhões em recursos para custeio e investimentos estejam represados.
A situação, claro, gera preocupação no setor produtivo rural, tanto para o fechamento do ciclo em vigor, quanto para as condições de financiamentos da temporada 2022/23, sobretudo porque o custo de produção agrícola e dos juros apresenta expressiva trajetória ascendente.
Ao jornal “Valor”, o diretor-executivo da Abramilho, Glauber Silveira, disse que “não dá para dizer que o cobertor é menor [orçamento do governo]. Tudo é uma questão de prioridade, e a produção de alimentos deve ser a prioridade número um”.
Ao site da revista “Globo Rural”, Silveira pontuou que “a suspensão prejudica principalmente os pequenos produtores que podem diminuir tecnologia na produção e em contrapartida produzir menos”.
O diretor-executivo da Abramilho acentuou, ainda, que a safra de milho deve alcançar cerca de 110 milhões de toneladas nesta temporada (2021/2022), mas que poderia ser de 200 milhões de toneladas caso houvesse boas linhas de financiamento agrícola e o aprimoramento da logística.
“A suspensão das linhas de equalização afeta investimentos em armazenagem, um grande problema do Brasil que não consegue guardar nem 50% de sua produção enquanto que países como os Estados Unidos são capazes de estocar 100%.” Silveira se encontrou no último dia 5 de abril com o ministro da Agricultura, Marcos Montes, para tratar da questão.
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