O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) começou a reportar seus dados da safra 2022/23 de milho no final da tarde desta segunda-feira (4), em seu reporte semanal de acompanhamento de safras, e indicou 2% de plantio concluído até este domingo (3). O índice fica em linha com o mesmo período do ano passado e com a média das últimas cinco temporadas.
O informe aponta ainda 4% de área plantada de algodão, contra 6% de 2021 e de média plurianual. Já no trigo de primavera, a área plantada chega a 3%, mesmo número do ano passado e um ponto percentual maior do que a média.
Segundo explicou o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, a nova safra norte-americana começa com algumas ressalvas e preocupações sobre o clima, principalmente para os estágios de desenvolvimento das plantas.
“Abril deve ser um mês seco, o que é bom para a safra norte-americana. Temos que lembrar que os americanos possuem uma realidade totalmente diferente dos brasileiros, nesse momento grande parte do cintutão agrícola está passando pelo derretimento das camadas de gelo, das camadas de neve sobre os campos abertos, então, mês seco agora é até favorável, ajuda essa temporada e acelera a capacidade do produtor norte-americano de acelerar o plantio e os trabalhos de pré plantio”, diz.
Porém, os mapas climáticos já sinalizam um tempo com chuvas abaixo da média para todo o Corn Belt nos meses de junho e, principalmente, para julho, podendo comprometer os estágios vegetativo e reprodutivo.
“Agora dependemos do clima e no radar já existem preocupações. Não para o plantio, mas para as fases de desenvolvimento, entre junho e julho, quando o milho estará transitando de vegetativo para reprodução, a soja vai estar finalizando vegetativo na grande maioria do cinturão agrícola, e se essas preocupações se confirmam teremos novos gatilhos altistas no mercado internacional”, complementa.
Carla Mendes
Notícias Agrícolas – 05/04/2022