O 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que o ex-deputado Alysson Paolinelli conseguiu tornar o Cerrado brasileiro um importante celeiro de produção de alimentos no mundo. Indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021, Paolinelli foi homenageado nesta terça-feira (22) na Câmara. Ele foi deputado federal constituinte e ocupou o cargo de ministro da Agricultura no governo Geisel. Ele é um dos responsáveis pela chamada Revolução Verde, que fez do Brasil um dos maiores produtores mundiais de alimentos.
“Quem produz alimento produz paz; quem produz alimento de forma sustentável, produz paz; quem produz alimentos com baixa emissão de efeito estufa, produz paz; quem valoriza e dá dignidade para o trabalhador do campo, produz paz”, afirmou Marcelo Ramos.
Segundo nota da “Agência Câmara”, Ramos destacou que o Brasil ganhou um novo patamar de compromissos ambientais com o mundo, sem prejudicar com o desempenho na produção de alimentos. O deputado representou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no evento.
Marcelo Ramos elogiou a proposta de regulamentação fundiária em tramitação na Casa. “ A lei da regulamentação fundiária não é a lei da grilagem, mas da proteção do homem do campo, e a chance de assistência técnica e acesso ao fomento, sem a qual não existe agricultura”, destacou o parlamentar.
Atual presidente executivo da Abramilho, Paolinelli se emocionou na cerimônia e afirmou que vai continuar trabalhando para fazer com que a agricultura brasileira continue ocupando o papel de destaque no mundo. Ele defendeu investimentos na ciência e na tecnologia.
O ex-parlamentar lembrou os desafios enfrentados e os projetos de assentamentos criados em modelos estruturados. “O Brasil importava alimentos para sua população. A família brasileira média passava aperto e gastava quase a metade de sua renda só em alimentação. Estranho, difícil, como fazer depois a educação, a saúde, a residência, o lazer, o transporte e outras necessidades. Aquilo nos impressionava”, lembrou.
“O milagre aconteceu rápido: em cinco anos começamos a medir que a produtividade do Cerrado se igualava às grandes áreas produtoras do mundo, e os produtores entenderam que as mudanças era fundamentais para ter a produção na região tropical do globo. Criamos uma agricultura tropical, altamente sustentável, porque no Hemisfério Norte, que dominou o abastecimento mundial, começou com terras férteis; aqui nos fizemos o inverso, pegamos as terras mais degradadas e as transformamos nas mais produtivas. O mundo tem que compreender que os produtores não vão permitir que as terras voltem à degradação”, afirmou.
“Se esse prêmio vier, ele vem para o Brasil”, disse o ex-ministro. O secretário de Comunicação da Câmara, deputado Acácio Favacho (Pros-AP), e o secretário de Mídias Digitais da Câmara, deputado Alex Santana (PDT-BA), responsáveis pela produção do evento, também participaram da cerimônia.
:: Legado
A presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), disse que Paolinelli foi lembrado pelo mundo e já faz parte da história do Prêmio Nobel. Segundo ela, o ex-ministro honra a agricultura moderna e traz um grande legado para o País.
“Valorize as pessoas em vida, prestigie as pessoas em vida. Passamos momentos valorizando as pessoas depois que morrem. Paolinelli se mistura a grandes nomes brasileiros como Marcos Pontes, Zilda Arns e Irmã Dulce”, disse a parlamentar.
:: Pesquisa
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou que Paolinelli fez toda diferença para a agricultura brasileira. Para ela, o ex-ministro foi um divisor de águas ao estimular a pesquisa agropecuária. “Foi graças a Paolinelli que hoje abastecemos nossa população e exportamos alimentos para mais de 200 países, com produtos de qualidade, que chegam a mercados exigentes, principalmente neste momento difícil da pandemia”, afirmou a ministra.
“Hoje temos essa maravilha do Cerrado brasileiro graças à tecnologia e à inovação e dos produtores rurais que acreditaram na ciência e transformaram a agricultura brasileira. O Brasil é uma potência agroambiental”, comemorou. O senador Carlos Favero participou de evento representando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Favero e ressaltou que a agropecuária é a mola propulsora da economia brasileira.
Paolinelli foi responsável por modernizar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e promover a ocupação econômica do Cerrado brasileiro. Implantou um programa de bolsas de estudos para estudantes brasileiros nos maiores centros de pesquisa em agricultura do mundo. Cuidou também da reestruturação do crédito agrícola e do reequacionamento da ocupação do bioma amazônico. Em 2006, Paolinelli ganhou o World Food Prize, concedido a pessoas que ajudaram consideravelmente a melhorar a qualidade, quantidade ou disponibilidade de alimentos no mundo.