Concorrentes globais devem reduzir produção do cereal, com demanda sendo direcionado ao País
Os analistas da TF Agroeconômica acreditam que sim – os preços do milho podem subir mais dos que os patamares atuais, que já estão muito firmes em todos os estados (exceto Bahia). “A grande escassez desta matéria-prima, principalmente nos grandes estados produtores de carne (RS e SC) e também em SP, tem provocado a alta dos preços neste mês e acreditamos que continuem subindo para os próximos meses”, avaliam os analistas.
De acordo com a equipe da TF, não seria fora da realidade projetar cotações de R$ 70,00/saca no final de Novembro no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo: “Para a próxima temporada, a Argentina, grande concorrente do Brasil no mercado internacional, a produção deverá cair três milhões de toneladas de 50 MT para 47 MT e as exportações deverão ser reduzidas em 4 MT, de 37 para 33 MT, segundo avalição de ontem da BCBA. A nível mundial, o IGC (International Grain Council) estimou uma redução de 3,0 milhões de toneladas, de 288 para 285 MT, no seu relatório de setembro, o que será positivo para os preços”.
Por outro lado, ressalta a TF, a demanda de carnes pela China se mantém firme e até um pouco mais elevada diante da ocorrência de febre suína na Alemanha, um dos seus fornecedores. “Isto aumentou a demanda sobre a carne suína brasileira, com reflexos sobre a elevação dos preços do milho. Tudo isto tende a deixar os preços internacionais mais firmes, tanto do grão in natura, quanto das carnes, com repercussão sobre o milho no mercado interno brasileiro”, apontam os analistas.
“Acreditamos que a lucratividade dos agricultores para a próxima safra de Verão e a próxima safra de Inverno, no Brasil continuará muito firme. Os custos de produção, projetados pelos nossos analistas para algo ao redor de R$ 49,00/saca para o primeiro semestre de 2020, se comparados com o preço de R$ 57,00 CIF fábrica, oferecidos hoje para abril de 2020, menos um frete médio de R$ 2,00/saca proporciona um lucro de limpo de 12,24%, para quem produz apenas 80 sacas pro hectare. Tudo que exceder esta produtividade aumenta o lucro. Mas, há possibilidade de o preço subir ainda levemente”, conclui a TF Agroeconômica.
AGROLINK – 28/09/2020