Atribuir alguma responsabilidade ao produtor rural pela alta sazonal dos alimentos, especialmente o arroz é miopia, disse, em nota, o presidente institucional da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Cesario Ramalho da Silva, na edição desta terça-feira (15) do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Segundo Ramalho, nunca é demais lembrar que o rizicultor também é consumidor e nos últimos anos foi castigado com repetidas secas, custos elevados e margens baixas, cada vez mais apertadas pela extensa cadeia produtiva até o varejo. ” Com rentabilidade no vermelho, a área plantada de arroz recuou.”
De acordo com o presidente institucional da Abramilho, a alta do dólar favorece as exportações e, neste sentido, o caminho do grão está seguindo, apenas, as regras naturais de livre mercado, com o produtor tendo a chance de somente recuperar parte das perdas acumuladas. ”Soma-se a isso, a ascensão do consumo interno neste período de pandemia se fez refletir nos preços.”
Ramalho acentuou, ainda, que há décadas a produção nacional garante a oferta doméstica e simultaneamente gera excedentes exportáveis. “O reequilíbrio dos preços virá com o ingresso da nova safra, que começa a ser plantada. O problema não é de política agrícola, mas sim macroeconômica.“