Pesquisa foi feita pelo Ipea
O comércio global pode cair de 15% a 25% em razão da pandemia do novo coronavírus, segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o que avalia os possíveis desdobramentos provocados pela pandemia. Intitulado “Comércio exterior, política comercial e investimentos estrangeiros: considerações preliminares sobre os impactos da crise do Covid-19”, o estudo indica que a pandemia já se reflete nas trocas comerciais entre os países.
Para realizar a pesquisa, o Ipea a traça três cenários para a variação do comércio este ano e outros três cenários 2021, a partir de fatores como as características inéditas da crise e a incerteza sua duração. Também considera o contexto anterior à pandemia, como a série de conflitos comerciais ocorridos em 2019, entre os quais estão disputas entre os Estados Unidos e a China.
De acordo com o Diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, Ivan Oliveira, a questão central é usar todos os instrumentos disponíveis para que se possa tentar obter a melhor informação possível sobre o alcance da crise. “No cenário otimista, a queda no comércio mundial, em 2020, seria de 15% e, no cenário pessimista, de 25%”, afirma.
“As projeções apontam para uma forte queda da atividade econômica no primeiro semestre deste ano, com retomada intensa no segundo semestre e um retorno à ‘normalidade’ em 2021. Elaborado a partir da estimativa de queda de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) calculada por Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Organização das Nações Unidas (ONU), Institute of International Finance (IIF) e a Economist Intelligence Unit (EIU), esse cenário considera a permanência do isolamento social até junho ou julho deste ano”, indica o Ipea, por meio de sua assessoria de imprensa.
A volta dos trabalhadores às suas atividades seria acompanhada pelo resgate gradual do ritmo de consumo, aliado ao sucesso das medidas fiscais e monetárias implantadas pelos governos na recuperação imediata de suas economias. “Há grande esforço sendo feito no sentido de assegurar que o impacto econômico seja o menor possível e os trabalhadores consigam manter renda ao longo dos períodos mais críticos”, pondera Ivan Oliveira.
AGROLINK -15/04/2020