Dólar valorizado manteve preços elevados para o cereal que será colhido em 2021 e agricultores aproveitaram para fechar negócios; 23% da produção prevista já foram comercializados
Faltando pouco mais de um mês para o início da colheita das primeiras áreas de milho cultivadas nesta segunda safra em Mato Grosso, os agricultores aceleram as vendas do grão que só será plantado e colhido no ano que vem! Aliás, o ritmo da comercialização da safra 2020/21 do cereal é histórico: chegou a 23,09% da produção prevista. Nunca se vendeu um volume tão grande do cereal com tamanha antecedência no estado.
Para se ter uma ideia, a negociação da safra que está atualmente no campo (2019/20) só atingiu este percentual em meados de junho do ano passado. Na média das últimas cinco safras, este mesmo volume só foi alcançado cerca de 3 meses mais tarde, entre setembro e outubro.
A explicação para isso é o olhar atento dos agricultores às oportunidades, evidenciadas – segundo o Imea – pelo Dólar valorizado. Com o impulso da moeda norte-americana, os preços do grão mantiveram-se atrativos, motivando a realização dos negócios.
Quanto às vendas do milho que será colhido a partir do fim de maio/início de junho, elas também “vão bem, obrigado”. Até aqui 76,67% do cereal que deve ser colhido já foram vendidos. Volume acima do que estava negociado nesta mesma época do ano passado (58,46%) e também do registrado na média das últimas cinco safras (55,27%).
Diante do volume expressivo, os agricultores adotaram uma postura mais cautelosa em março. “Com a preocupação dos produtores em relação ao desenvolvimento da lavoura devido a uma possível escassez de chuva, durante o último mês houve um avanço na comercialização de 3,27 p.p. em relação a fev/20, totalizando 76,67% da produção mato-grossense negociada”, destacou o Imea no boletim semanal.
Canal Rural – 14/04/2020