O mercado futuro do milho no Brasil registrou mais um dia de boas nesta terça-feira. Na B3, os futuros do cereal subiram até 0,55% nesta sessão, mantendo sustentado os patamares acima dos R$ 40,00 por saca, principalmente nos vencimentos mais próximos – março e maio – com valores entre R$ 45,00 e R$ 48,00 por saca.
Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os números das exportações brasileiras, apesar de menores do que os recordes de dezembro, são importantes para dar suporte aos preços do cereal neste momento, bem como a firmeza da demanda interna.
“Semelhante à soja, as exportações de milho foram fortes, de quase 45 milhões de toneladas em 2019, e não tinha mais produto para embarcar neste mês de janeiro e como tivemos problemas na safra, nas primeiras lavouras com seca, tivemos perdas, então não estava sobrando milho e por isso o mercado interno segue firme e mantendo as cotações da semana passada”, diz.
Os indicativos permanecem firmes no interior do país, ainda trabalhando no intervalo de R$ 42,00 a R$ 45,00 por saca nas regiões Sul e Sudeste, por exemplo.
Na B3, parte do apoio para as novas altas veio ainda da alta do dólar, com a moeda americana de volta à casa dos R$ 4,25 depois do ajuste da sessão anterior. Na última semana, a divisa revisou sua máxima histórica e bateu nos R$ 4,28.
Em Paranaguá, a referência fechou o terça-feira estável e ainda mantendo os R$ 43,00 por saca.
BOLSA DE CHICAGO
No mercado internacional, o dia também foi positivo e os futuros do milho terminaram o pregão com leves altas de pouco mais de 3 pontos nos principais contratos. O vencimento março encerrou o dia com US$ 3,82, o maio com US$ 3,87 e o julho com US$ 3,92 por bushel.
Segundo explicam analistas internacionais, o mercado aproveitou o dia de menor aversão ao risco para subir ao lado das demais commodities agrícolas – soja e trigo também subiram na Bolsa de Chicago – e consolidando um ligeiro movimento de recuperação técnica.
As commodities acompanharam também os índices acionários nos EUA, que também encontraram espaço para uma leve retomada nesta terça-feira, embora ainda frágil diante da epidemia de coronavírus. De acordo com a Reuters Internacional, o índice S&P 500 registrou seu melhor dia em seis meses e a Nasdaq marcou altas também recordes.
Pelo segundo dia consecutivo, autoridades da China implementaram medidas de estímulo à economia e de mitigação dos impactos causados pelo surto do vírus para estabilizar seus mercados.
Entretanto, especialistas alertam para uma recuperação ainda técnica, frágil, e que pode mudar repentinamente caso novas notícias cheguem sobre essa questão. “O pior não passou, mas existe uma questão de o ser humano se acostumar com o fato. Apesar de ser um assunto preocupante, o coronavírus passou a ser um assunto corriqueiro”, diz Fernando Pimentel, analista de mercado da Agrosecurity.
Notícias Agrícolas – 04/02/2020