A prolongada estiagem que marcou o mês de janeiro no Rio Grande do Sul, prejudicando intensamente várias culturas, evidenciou mais uma vez a necessidade de o produtor buscar soluções para enfrentar esse fenômeno climático que vem se repetido todos os anos.
Frente aos altos custos para implantar a irrigação artificial, alguns produtores gaúchos passaram a investir nos cuidados com o solo para combater antecipadamente a deficiência hídrica. Uma das soluções que vem dando resultado é a aplicação de fertilizantes minerais à base de cálcio e enxofre.
Em Bossoroca, município situado na região das Missões, o produtor de milho e soja Marco Aurélio Hentz, encontrou, no próprio solo, uma solução para enfrentar a falta de chuvas no período.
“Investi no sulfato de cálcio granulado na soja e tive um resultado excelente com 8 sacas a mais por hectare, então decidi repetir o investimento no milho. Aí além de não enfrentar problemas com a estiagem, ainda colhemos a melhor safra de milho dos últimos anos”, afirma Marco Aurélio, que revela ter colhido uma média de 150 sacas/hectare. Já na grande maioria dos municípios gaúchos, as quebras no milho podem chegar a 33%, segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS).
Segundo os especialistas em solo, o sucesso desse tipo de fertilizante está no enraizamento das plantas, como destaca o engenheiro agrônomo e especialista em solo, Eduardo Silva e Silva.
“O sulfato de cálcio atua no aumento da porosidade do solo, promovendo sua descompactação e, consequentemente, um maior enraizamento das plantas. Raiz mais profunda, planta mais bem nutrida”, resume. Ele explica que logo após a germinação, as raízes precisam atingir grandes profundidades e a planta apresentar um alto vigor inicial, portanto, investir nessa fase pode trazer diversos benefícios ao produtor. A partir da ajuda do cálcio e do enxofre, o solo fica descompactado e permeável, permitindo que as raízes atinjam água e nutrientes encontrados no solo e responsáveis pelo desenvolvimento da planta.
O especialista, que também é diretor técnico da SulGesso, empresa catarinense líder no fornecimento de sulfato de cálcio no sul do Brasil, lembra que o sulfato de cálcio atua nas camadas mais profundas do solo.
“Então, quanto maior a densidade do sistema radicular, maior a área de contato com o solo, em suas camadas, o que reduz significativamente os efeitos negativos à planta, como por exemplo, a redução da atividade fotossintética, diminuição do crescimento, entre outros sintomas, causados pelo estresse hídrico”.
O SulfaCal, como ficou conhecido entre os produtores, vem registrando resultados surpreendentes em vários municípios gaúchos, principalmente quando comparado a uma testemunha na lavoura.
“Em visitas realizadas aos produtores que utilizaram SulfaCal, os resultados foram excelentes. O sistema radicular das plantas apresenta um bom desenvolvimento em volume e arquitetura, otimizando a utilização dos recursos disponíveis no solo”, finaliza Silva e Silva.
Fonte: Agrolink – 03/02/2020