A produção no estado deve chegar a marca inédita de 13,67 milhões de toneladas, superando os 13,14 milhões de toneladas da temporada 2016/2017
Depois de uma temporada com perdas na soja pelo calor e a seca que atingiram o Paraná no início do ano, os produtores paranaenses devem atingir um novo recorde na produção de milho segunda safra. De acordo com a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), a produção no estado chegar a marca inédita de 13,67 milhões de toneladas, superando os 13,14 milhões de toneladas da temporada 2016/2017.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), somadas as duas safras de milho (verão e safrinha), os paranaenses devem colocar 16,84 milhões de toneladas nos silos, terceira maior marca da história.
Para o presidente da comissão técnica de cereais, fibras e oleaginosas da Faep, Nelson Paludo, a frustração na soja foi um fator importante para o sucesso de produtividade no milho na região oeste, uma das principais produtoras do cereal na segunda safra. “Esse ano, o milho foi plantado em janeiro, período ideal, mas que nunca conseguimos porque a soja atinge o ponto de colheita, geralmente, a partir de fevereiro. Como a soja morreu antes de concluir o ciclo [em 2018/2019], isso permitiu que a safrinha fosse plantada mais cedo”, explica.
Segundo ele, isso vai compensar as perdas da soja, pois a produtividade do milho foi muito boa e os preços estão em patamares razoáveis.O preço da saca em Cascavel, no dia 25 de julho, estava em R$ 27,50.
Se internamente, em algumas praças do Paraná, a saca ultrapassa os R$ 30, no cenário global há uma variável importante que pressiona as cotações do preço internacional para cima. Os Estados Unidos passam pela maior sequência de problemas climáticos da história. O excesso de chuva na época da semeadura desencadeou o maior atraso da história no plantio do país. O reflexo pode ser constatado na bolsa, onde os preços praticados são os melhores dos últimos anos.
Apesar disso, diversos fatores explicam os motivos dos preços não serem imediatamente absorvidos pelo mercado interno brasileiro, segundo o economista Luiz Eliezer Ferreira.
“A cotação na Bolsa de Chicago é apenas um dos fatores que influenciam na formação de preços. Temos como importantes variáveis o dólar, a expectativa de oferta e demanda do milho brasileiro bem ajustada, uma redução do estoque a nível mundial e, não se sabe ao certo, uma quebra significativa na produção norte-americana, que pode passar das 60 milhões de toneladas”, enumera.
Canal Rural – 31/07/2019