A quinta-feira (11) chega ao final com grandes altas para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram valorizações entre 8,25 e 13,50 pontos, um aumento de 3% no contrato mais recente.
O vencimento julho/19 foi cotado à US$ 4,47, o setembro/19 valeu US$ 4,44 e o dezembro/19 foi negociado por US$ 4,48.
Segundo análise de Ben Potter da Farm Futures, os preços do milho movimentaram-se significativamente mais altos na quinta-feira, com base nos dados de apoio do último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre estimativas mundiais de oferta e demanda agrícola.
Nesta quinta-feira o USDA revisou para cima áreas plantada e colhida, produção e estoques finais do cereal. A estimativa da área plantada ficou em 37,11 milhões de hectares, contra 36,34 milhões em junho. Assim, a colhida passou de 33,35 para 33,83 milhões de hectares. Já o rendimento do milho permaneceu nas 173,64 sacas por hectare.
Com esse aumento da área, o USDA estima ainda um aumento na produção de milho de 347,49 para 352,44 milhões de toneladas, e os estoques finais devem ficar em 51,06 milhões de toneladas, contra o número de junho de 42,55 milhões. Sobre as exportações norte-americanas, o número de 54,61 milhões de toneladas foi mantido.
“O USDA fez o que eu esperava com sua estimativa de produção de milho, mas isso surpreendeu algumas pessoas no mercado. Depois de fazer uma redução de rendimento em junho, não houve base estatisticamente significativa para novos cortes em julho”, diz Bryce Knorr, analista sênior do mercado de grãos da Farm Futures.
“A demanda de milho continua a diminuir. No entanto, a safra de milho 2019 ainda está em questão. É preciso acompanhar a previsão do tempo para ver quanto tempo durará o clima quente e seco do Centro-Oeste americano. Se as previsões de tempo quente e seco persistirem por mais de 10 ou 14 dias, isso deve dar algum apoio ao mercado de milho”, disse a Kluis Advisors aos clientes em uma nota diária.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo de Sousa, comentou que as cotações subiram mesmo com os números demonstrando mais área cultivada e produção, uma vez que o mercado acredita que esses números ainda serão ajustados no dia 12 de agosto, quando o USDA irá divulgar seu trabalho de campo que está sendo realizado.
O analista ainda destaca que a atenção do mercado deverá ficar voltado para as definições de produtividade para o milho, uma vez que a polinização do milho, que deveria estar acontecendo neste momento, vai acontecer somente durante agosto.
“Esse relatório não expressa a realidade das lavouras. Se essa fosse realidade, as cotações do milho teriam caído até 20 centavos hoje”, diz Ginaldo.
Mercado Interno
No mercado físico brasileiro, a quinta-feira acaba com as cotações permanecendo sem movimentações, em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as desvalorizações foram percebidas apenas nas praça de Campinas/SP (1,30% e preço de R$ 37,92) e Dourados/MS (1,61% e preço de R$ 30,50).
Já as valorizações apareceram apenas em Castro/PR (2,78% e preço de R$ 37,00) e Brasília/DF (3,45% e preço de R$ 30,00).
Para a XP Investimentos, o mercado físico de milho seguiu sem fluxo, aguardando o desenrolar dos números mensais.
Pela manhã, a CONAB revisou a produção de milho para 98,50 MT (+1,50 MT). Já o USDA, manteve as produções do Brasil para 101 MT no milho.
“Mais uma vez, os números estimados para o milho surpreenderam o mercado, que esperava cortes de produção ao invés de avanços. A estabilidade lá fora somada ao avanço da colheita da 2ª safra no Brasil e a valorização do Real frente ao Dólar (queda do câmbio) mantém os preços de porto pressionados”, apontam os analistas.
Notícias Agrícolas – 11/07/2019