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As chuvas ininterruptas que caíram sobre o Paraná na última semana de maio causaram prejuízos a alguns produtores rurais, principalmente nas regiões Sudoeste, Centro-Ocidental e Norte Pioneiro do Estado. Apesar do estado de alerta, os sindicatos rurais informaram que as perdas foram pontuais nas culturas de milho e de feijão. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), no entanto, as dimensões do estrago só serão estimadas no próximo boletim mensal do órgão, no final do mês de junho.
Em Goioerê, na região Centro-Ocidental, as tempestades vieram acompanhadas de fortes vendavais, danificando lavouras de milho. Um trecho de 500 hectares que corta seis propriedades rurais foi bastante afetado. Ali, a força do vento fez com que a plantação “deitasse”, inutilizando toda essa parte da lavoura.
“Foi algo bem localizado. Mas teve muito vento nessa região e parte da lavoura deitou com o vendaval. Nessa área afetada, a produção foi perdida”, diz o presidente do Sindicato Rural de Goioerê, Sérgio Fortis, que teve um trecho de sua propriedade danificada pela tempestade.
Em Verê, no Sudoeste do Estado, também há relatos de prejuízos causados pelas chuvas sucessivas. Um dos produtores afetados é o presidente do Sindicato Rural da cidade, Jaimir Colognese, que contabilizou danos nas lavouras de milho (ele planta uma área de 200 hectares) e de feijão (20 hectares), por causa da concentração pluviométrica.
“Tivemos vários relatos de perdas. Foram praticamente 15 dias de chuvas, que se concentraram, principalmente, na última semana de maio. Choveu 350 milímetros aqui”, aponta Colognese. “No meu caso, a quebra na lavoura de feijão deve chegar a 50%. Na de milho, tem que esperar a colheita para ver, mas acredito que as perdas também sejam significativas”, acrescenta.
Em regra, os danos foram registrados nas lavouras de milho plantadas mais tardiamente. Nos casos em que as plantações já se encontram perto da fase de colheita, a resistência às intempéries foi maior. Apesar disso, no Sudoeste, por exemplo, já há exemplos de produtores que financiaram a safra pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e que já se movimentam para receber o seguro.
“Eu mesmo tenho Proagro. Então já vou entrar com o pedido [de ressarcimento]. No feijão, não. Além disso, a região está com um problema sério no preço do feijão. Então, vai ser prejuízo na certa”, lamenta Colognese.
O Sindicato Rural de Bandeirantes, no Norte Pioneiro, também aponta que há registros pontuais de perdas, principalmente, em lavouras de milho. Por lá, os principais danos também foram causados por vendavais, que atingiram as plantações. Além disso, os temporais chegaram a destelhar casas e derrubar árvores, provocando a interdição de estradas rurais.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva deu uma trégua em todas as regiões do Paraná. A previsão é de tempo firme para a primeira quinzena de junho, com chuvas apenas ocasionais, mas em volume não tão significativo. “Agora, que está sol aqui na região, os produtores voltaram a colher. O pessoal está até antecipando o trabalho, com medo de mais vento. Estamos em alerta, mesmo”, aponta Fortis.
FAEP
Notícias Agrícolas – 10/06/2019