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O maior atraso da história da safra americana. Essa é a linha mais comum entre as análises sobre a temporada 2019/20 dos Estados Unidos. E os números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (3) confirmam que a situação mais grave é a do milho, uma vez que a janela ideal para o plantio do cereal já está encerrada. Apenas cinco estados podem plantar até o início de junho, porém, são mais dois ou três dias de janela.
As primeiras projeções de especialistas indicam que a safra de milho dos EUA poderia registrar uma quebra de até 50 milhões de toneladas. A perda – que ainda não está completamente confirmada, dados os estágios ainda iniciais da nova safra – é resultado de uma combinação de um calendário apertado para os trabalhos de campo por conta do excesso de chuvas e de perdas de produtividade que já começam a ser registradas.
Em muitos locais onde o plantio pôde ser realizado, as condições de solo, temperaturas e as chuvas ainda muito frequentes também não permitem que as lavouras se desenvolvam de forma adequada. Com o atraso na semeadura, o ritmo da germinação também é o mais lento dos últimos anos.
De acordo com os últimos números do USDA, são apenas 46% das plantações que já emergiram, contra 84% do ano passado, nessa mesma época, e da média dos últimos cinco anos. Na semana anterior, eram 32%.
Todas essas adversidades resultam ainda em uma área recorde que este ano não deverá ser plantada nos Estados Unidos. As estimativas de quantos hectares serão efetivamente plantados ainda divergem ligeiramente. Para Jack Scoville, diretor da Price Futures Group, serão ao menos 3,24 milhões de hectares (9 milhões de acres) a não serem plantados somente com milho.
Para Aedson Pereira, analista de mercado da Informa Economics FNP, serão de 1,5 milhão a 2 milhões de hectares, pelo menos, até este momento, que deixarão de ser semeados com o cereal, em relação à última área projetada em maio pelo USDA de 37,56 milhões de hectares.
“Menos de 70% da área plantada, seriam aproximadamente 25 milhões de hectares (já plantados) e plantar em menos de uma semana 10 milhões de hectares não há condições, justamente porque o clima não está ajudando. E fora que já se planta fora da janela ideal de cultivo, acarrentando perdas no potencial produtivo. Então, é muito arriscado para o produtor, mesmo com esse preço acima dos US$ 4 por bushel que temos visto em Chicago, porque o rendimento pode não compensar esse risco”,diz Pereira ao Notícias Agrícolas.
Em um evento realizado nesta terça-feira (4), o presidente da Aliança Agro Ásia-Brasil, Marcos Sawaya Jank, também falou sobre uma perda de 50 milhões de toneladas de milho nos EUA em função do cenário atual.
Jank disse ainda sobre a possibilidade de uma baixa de 15 milhões na soja, porém, com elevada incerteza ainda sobre os números, uma vez que o calendário ideal para a semeadura da oleaginosa ainda conta com um tempo hábil maior.
Em resumo, os EUA ainda têm – entre soja e milho – mais de 33 milhões de hectares (82 milhões de acres) para serem plantados. E por isso o mercado ainda se questiona tanto sobre quais serão as decisões tomadas pelos produtores a partir de agora. As chuvas continuam chegando, afinal, sem dar ao menos tempo de os campos secarem um pouco para que as máquinas possam avançar.
“Os produtores continuam plantando milho quando os preços estão altos, e eles ainda não estão altos o suficiente. Os preços precisariam subir um pouco mais para que os produtores plantem com milho mais esses hectares. Teremos uma ideia melhor quando o USDA trouxer seu relatório de área, atualizado, em 28 de junho”, diz Bryce Knorr, analista sênior do portal internacional Farm Futures.
Notícias Agrícolas – 04/06/2019