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Estudo inédito identificou sete tipos de biomassa (algodão, arroz, aves, milho, peixes, soja e suínos) com poder comercial
Além de ser um dos maiores produtores agrícolas do mundo o Brasil tem a capacidade para acabar com a carência de luz elétrica que ainda é um problema para muitas cidades e culturas. A biomassa é uma matéria orgânica que pode ser utilizada para gerar energia renovável e, com isso, complementar a lacuna deixada pela energia elétrica.
Um estudo realizado, no período de oito meses, na região de Sorriso (MT) fez um mapeamento completo da biomassa (bioprodutos, resíduos e efluentes) disponível no município. Vinte dois empreendimentos participaram do levantamento. Foram identificados sete tipos de biomassa (algodão, arroz, aves, milho, peixes, soja e suínos) com poder comercial de grande volume. O processamento agroindustrial gera 23 bioprodutos.
Um dos produtos destacados pelo levantamento é o etanol de milho. Atualmente, são produzidos 22 mil litros por dia do combustível. Entretanto, este número vai aumentar. O documento aponta que a instalação de uma nova empresa na cidade em 2020, deve promover um incremento de 9.000% na produção diária. A agroindústria gerará dois milhões de litros a cada 24 horas.
Outro ponto que chama atenção no documento é o grande número de bioprodutos oriundos de soja não transgênica. São sete, entre eles biodiesel, gliecerina e SPC (Concentrado Protéico de Soja) – utilizado para a ração animal. O SPC, por exemplo, é um produto exclusivo brasileiro, superproteinado, para alimentação de peixes. Atualmente 100% da produção é exportada para a Noruega.
O projeto piloto foi desenvolvido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroenergia. As informações pretendem subsidiar o setor produtivo, para atuar de forma mais estratégica. Podendo tanto utilizar biomassa para gerar energia, como para criar novos produtos com os resíduos dos processos produtivos. A importância da soja e do milho era nítida, mas não existiam números exatos”, ressalta o Analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Antonio Tafuri.
Tanto a soja quanto o milho podem gerar biocombustíveis como o etanol e o biodiesel. A transformação do milho em combustível gera três tipos de DDG, que serve à alimentação animal, principalmente de bovinos devido ao seu grande potencial proteico. A soja gera vários tipos de farelos, que, também, podem servir à alimentação animal e humana. Outro fim é a transformação em bioenergia.
Tafuri ressalta que toda biomassa tem capacidade de gerar energia. “Atualmente, na cidade de Sorriso, o principal insumo utilizado é a madeira. Ela alimenta caldeiras que servem para o processo produtivo assim como para a geração de energia. Outra alternativa possível, é a geração de energia a partir dos resíduos. Os rejeitos são uma biomassa e podem gerar gases através do seu aquecimento, que depois de alguns processos se transformaria em biogás. Esse tipo não processamento não acontece em Sorriso, é apenas mais um exemplo”, explica.
O mapeamento feito pela ABDI e Embrapa pretende sinalizar ao setor produtivo onde e que tipo de biomassa está disponível. Com essa informação, é possível posicionar as agroindústrias ou eventuais usinas de biomassa de forma mais estratégica.
“A energia de biomassa resultado de um processamento industrial já inserido em uma cadeia. Ou seja, ela seria um subproduto de um processo industrial. Por este motivo, acaba sendo uma energia mais barata que os processos convencionais. Pensando no exemplo de uma agroindústria de processamento de caroço de algodão. Ela já necessitária de uma caldeira para o seu funcionamento. Então, o proprietário pode utilizar a pressão da caldeira existente para acoplar um gerador e transformar o calor em energia elétrica”, comenta Tafuri.
AGROLINK -10/05/2019