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Segunda safra de milho 2018/2019, conhecida como safrinha, deve totalizar 68,43 milhões de toneladas do cereal
Além de um plantio histórico, de cerca de 12 milhões de hectares, em linha com 2016/17, a segunda safra de milho neste ano está sendo favorecida pela colheita adiantada da soja (Mark Blinch/Reuters)
São Paulo — A continuidade do tempo favorável nas últimas semanas, com chuvas regulares em praticamente todas as áreas produtoras, deve garantir ao Brasil uma segunda safra de milho 2018/19 recorde, mostrou uma pesquisa da Reuters divulgada nesta sexta-feira, 26.
Na média de estimativas de 11 consultoria e entidades do mercado, o país deve colher na chamada safrinha 68,43 milhões de toneladas do cereal, um salto de 27% ante a temporada anterior, marcada por problemas climáticos.
Trata-se do primeiro levantamento da Reuters nesta safra em que o volume previsto supera o recorde até hoje registrado, de 67,4 milhões de toneladas, dois anos atrás. Na pesquisa passada, de março, a previsão era de uma produção de 66,22 milhões de toneladas.
Somando-se a quantidade esperada pelo mercado aos 25,87 milhões da primeira safra (verão), segundo pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total de milho do Brasil neste ciclo seria de 94,3 milhões de toneladas, a segunda maior já registrada.
Além de um plantio histórico, de cerca de 12 milhões de hectares, em linha com 2016/17, a segunda safra de milho neste ano está sendo favorecida pela colheita adiantada da soja, o que garantiu ao cereal uma semeadura dentro de boa janela climática.
“O produtor teve tempo hábil para plantar em áreas que, em outros anos, não conseguia, como no oeste do Paraná. Esperamos que até 20 de maio já tenha colheita de milho em algumas áreas do Paraná e em Mato Grosso”, comentou o analista de mercado Adriano Gomes, da AgRural.
O plantio da cultura está praticamente finalizado no país, e bons volumes de chuvas desde março têm contribuído para um pleno desenvolvimento das plantações.
“Especialmente no Centro-Oeste, o clima está muito favorável, como não se via há algum tempo, superando inclusive a temporada 2016/17. Desta vez os índices pluviométricos, de modo geral, foram benignos antes de fases chaves do desenvolvimento da lavoura: emergência e pendoamento, fato que fez as plantas preservarem seu potencial produtivo”, afirmou o analista Vitor Belasco, da IEG FNP.
Considerando-se os últimos 60 dias, portanto desde o fim do plantio e pegando parte considerável do desenvolvimento, choveu dentro da média em boa parte do centro-sul do país, onde está concentrado o grosso da produção brasileira de milho, conforme dados do Agriculture Weather Dashboard, do Refinitiv Eikon.
Em Mato Grosso, maior produtor brasileiro, a tendência é de que nas próximas duas semanas os volumes voltem a ser generosos.
Reuters
Exame – 26/04/2019