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Cotações do milho em Chicago, após ensaiarem um movimento de alta, acabaram recuando no final da semana
As cotações do milho em Chicago, após ensaiarem um movimento de alta, acabaram recuando no final da semana, fechando o dia 28/03 (quinta-feira) em US$ 3,74/bushel, contra US$ 3,76 uma semana antes.
As exportações estadunidenses de milho não estão significativas, fato que puxa para baixo as cotações. Todavia, a proximidade do anúncio da intenção de plantio (a ser realizado no dia 29/03), segurou o mercado. As projeções indicam um aumento na área a ser semeada com o cereal, com a mesma podendo ficar em 36,9 milhões de hectares, contra 36 milhões no ano passado. Isso significa um aumento de 2,5%. Mas, o excesso de chuvas e inundações nas regiões produtoras estadunidenses está deixando o mercado preocupado com a possibilidade desta área se reduzir na prática. O plantio se realiza a partir do dia 15/04, fato que deixará mais clara a realidade climática dos EUA.
Em termos de exportação, na semana passada foram vendidas 996.000 toneladas, não sendo um indicador de alta para as cotações do cereal em Chicago.
Na Argentina, a tonelada FOB de milho fechou a semana em US$ 166,00 e no Paraguai em US$ 118,50.
Já no Brasil, os preços do milho continuaram cedendo. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 31,93/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 35,00 e R$ 38,00. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 25,50 em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 39,00 em Itanhandu (MG), passando por R$ 38,50/saco em Videira e Campos Novos (SC).
O mercado continuou precificando as baixas de preços em São Paulo, com perda de liquidez na comercialização local. As ofertas estão surgindo e os compradores baixam seguidamente os preços ou se retiram do mercado. Como os preços já baixaram bastante, a questão é detectar o momento em que o produtor decidirá parar de vender. No interior paulista, talvez isto ocorra aos níveis de R$ 32,00 a R$ 33,00/saco. Mas é bom lembrar que apenas começa a entrar agora a safra de verão de Minas Gerais, fato que pressionará o mercado paulista.
Em termos de safrinha, nos portos brasileiros houve negócios entre R$ 38,00 a R$ 38,50/saco na corrente semana. A forte desvalorização do Real, com o mesmo batendo em R$ 4,00 por dólar no pregão do dia 28/03, auxilia nas vendas externas do cereal.
Ora, se o câmbio permanecer nestes níveis a exportação da safrinha tende a ser mais importante no imediato, podendo eliminar pressões baixistas em meados do ano, mesmo com colheita cheia desta segunda safra. (cf. Safras & Mercado)
De forma geral, os consumidores ainda estão estocados no interior paulista, e as indicações de preços na Sorocabana permaneceram entre R$ 36,00 e R$ 37,00/saco, enquanto o referencial Campinas ficou em R$ 39,50 a R$ 40,00/saco no CIF.
Assim, há negócios para a safrinha 2019, com o câmbio favorecendo as exportações e podendo sustentar preços melhores futuramente. Entretanto, tal quadro é muito volátil e pode se alterar rapidamente.
Em termos de exportações brasileiras, após 4,2 milhões de toneladas em janeiro, o Brasil vendeu 1,8 milhão em fevereiro e, até o final da terceira semana de março havia atingido 607.000 toneladas no mês. Com isso, o acumulado neste período de 2019 atinge a 6,6 milhões de toneladas. No ano passado, no mesmo período, o volume foi de 4,9 milhões de toneladas exportadas. (cf. Safras & Mercado)
Por sua vez, a colheita do milho de verão, até o dia 22/03, atingia a 55% da área no Centro-Sul brasileiro, contra 56% no ano passado na mesma época. O Rio Grande do Sul chegava a 78%, São Paulo a 77% e Minas Gerais a 22% da área.
CEEMA / UNIJUI
Agrolink – 29/03/2019