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As importações chinesas de grãos, como sorgo, despencaram em setembro
em relação ao ano anterior, mostraram dados da alfândega nesta
terça-feira, atingidas pela escalada das tensões comerciais com os
Estados Unidos e pelos altos preços em outros países.
As importações de sorgo, largamente usada na China para alimentar o
rebanho do país, caíram 76,9% em relação ao mesmo mês do ano
passado, para 90.000 toneladas, segundo os dados, impactados pelas
tarifas chinesas sobre as commodities do principal fornecedor, os
Estados Unidos.
Apesar da queda, as importações de sorgo foram maiores do que o
esperado, disse Darin Friedrichs, consultor de gerenciamento de risco da
INTL FCStone em Xangai.
“É definitivamente mais alto do que o esperado, dada à dependência da
China dos EUA”, disse ele. A Austrália provavelmente forneceu todas as
importações de sorgo do mês passado, acrescentou ele.
As importações de milho para o mês chegaram a 40.000 toneladas, queda
de 83,4% no ano e o menor volume desde novembro de 2016, mostraram os
dados.
“Os compradores chineses compraram muito milho nos primeiros meses do
ano e usaram grande parte de sua cota de importação em meio à alta
dos preços domésticos do milho”, disse Cherry Zhang, analista da
Shanghai JC Intelligence.
“Quanto ao sorgo e cevada, os preços globais não eram muito atraentes,
o que reduziu as compras”, disse Zhang.
As importações de cevada caíram 27,1%, para 680.000 toneladas,
segundo os dados.
Enquanto isso, as importações de suínos aumentaram em relação ao
mês anterior, para 94.317 toneladas, alta de 8,4% no ano.
Isso acontece quando a China luta para conter a peste suína africana,
uma doença altamente contagiosa, sem cura ou vacina. O país relatou
mais de 40 surtos desde agosto e abateu cerca de 200.000 porcos.
A China importou 923.053 toneladas de carne suína nos primeiros nove
meses do ano, em níveis equivalentes aos do ano passado, segundo os
dados divulgados.
“Se a doença continuar se espalhando, as importações de suínos
deverão aumentar ainda mais no próximo ano”, disse Alice Xuan,
analista da Shanghai JC Intelligence Co. Ltd.
As importações de açúcar aumentaram 16,1%, para 190.000 toneladas
em setembro.
REUTERS – 23/10/2018