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Paralelamente, o mercado esperava o relatório trimestral de estoques nos EUA, previsto para este final de setembro
As cotações do milho em Chicago reagiram um pouco durante este final de setembro, com o primeiro mês cotado fechando a quinta-feira (27) em US$ 3,64/bushel, após US$ 3,52 na semana anterior.
Preocupações com o clima nos EUA, no momento em que a colheita se desenvolve, deram algum suporte às cotações. Ao mesmo tempo, as exportações de milho, por parte dos EUA, somaram 1,38 milhão de toneladas na semana anterior, animando o mercado. Igualmente a perspectiva de chuvas importantes nos próximos dias nas regiões produtores estadunidenses deixaram o mercado um tanto nervoso.
Soma-se a isso o fato de que aumento nos preços internacionais do petróleo, com o barril ultrapassando os US$ 80,00 depois de muitos meses, tende a valorizar a produção de etanol de milho nos EUA. O aumento do petróleo se deve ao fato de que a OPEP não ter decidido aumentar a produção de petróleo.
Dito isso, parece ser difícil que uma recuperação de preços em Chicago aconteça diante da enorme colheita de milho que vem sendo realizada nos EUA (até o dia 23/09 a colheita do cereal atingia a 16% da área, superando a média histórica para o período). Ao mesmo tempo, o litígio comercial entre EUA e China, na medida em que se aprofunda, não ajuda o cenário, mesmo sendo o milho um produto diretamente pouco atingido.
Paralelamente, o mercado esperava o relatório trimestral de estoques nos EUA, previsto para este final de setembro. O consenso do mercado é de que o mesmo poderia apontar um volume de 50,8 milhões de toneladas para a posição 1º de setembro.
Em termos gerais, sem mudança no quadro de litígio com a China a tendência é de preços baixos em Chicago, pelo menos enquanto durar a pressão da colheita da nova safra.
Na Argentina, a tonelada FOB de milho ficou cotada em US$ 163,00 neste final de setembro, enquanto no Paraguai a mesma atingiu a US$ 132,50.
Já no Brasil, os preços médios recuaram nesta semana. O balcão gaúcho ficou em R$ 37,84/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 41,00 e R$ 42,00/saco no fechamento da semana. Nas demais praças nacionais, os lotes ficaram entre R$ 24,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 41,00/saco em Videira, Concórdia e Campos Novos (SC).
Na prática, o vencimento das dívidas dos produtores acelerou o movimento de venda por parte das cooperativas e cerealistas, aumentando o volume ofertado. Ao mesmo tempo, os compradores não demonstram pressa para adquirir o milho, aguardando preços mais baixos. Na região de Campinas (SP), o mês termina sem haver compradores acima de R$ 40,00/saco no CIF disponível. A baixa de preços pode desanimar o produtor que está semeando o milho de verão, especialmente no Sudeste do país e em Goiás. (cf. Safras & Mercado)
Neste sentido, o plantio do cereal de verão, até o dia 21/09, atingia a 19% da área esperada para o Centro-Sul brasileiro, contra 15% na mesma época do ano anterior. O Rio Grande do Sul havia semeado 48% de sua área, o Paraná 27%; Santa Catarina 22% e São Paulo 5%. Por enquanto, o recuo da área na região citada é estimado em 1,6% em relação ao ano anterior.
A recente revalorização do Real tira um pouco do entusiasmo exportador, já que o porto de Santos viu o preço do milho se estabelecer em R$ 39,00/saco no final do mês. Mesmo assim, os embarques de milho atingiam a 3,2 milhões de toneladas até o início da presente semana, podendo fechar o mês em 3,9 milhões. Para outubro as nomeações de navios chegam a 1,34 milhão de toneladas. (cf. Safras & mercado)
O mês de outubro tende a ser ainda conturbado, devido ao processo eleitoral no Brasil, com o câmbio se ajustando a nova realidade política, porém, com tendência de revalorizar o Real. Neste contexto, serão as vendas internas de milho que ditarão o rumo dos preços, pelo menos nas próximas semanas. Assim, a boa comercialização da soja estaria permitindo uma venda mais lenta do milho disponível neste momento.
Ceema/Unijui
AGROLINK- 01/10/2018