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Segundo Mendes, antes da imposição de uma tabela, os fretes por tonelada de soja e milho giravam em torno de 170 reais a tonelada. Com o tabelamento, aplicado pelo governo na esteira da greve dos caminhoneiros, o custo do frete subiu para 225 reais e agora passou para em torno de 236 reais, levando-se em consideração o reajuste médio de 5 por cento previsto nos novos valores. “É um passivo que as empresas nem sabem como fazer. Dentre os compromissos que tem, principalmente com soja, com o comércio internacional. Tem a China, que está comprando mais do Brasil por causa da disputa com os Estados Unidos. O Brasil não tem como deixar de fornecer”, afirmou Mendes. “Se antes a tabela já era super pesada, impossível de se imaginar, agora fica pior ainda… A tabela anterior, ou qualquer tabela, para o setor, onde as margens são extremamente estreitas, qualquer coisa que você insere aí não tem como repassar. Você tem de deglutir esse custo adicional.”
Conforme o diretor da Anec, “nos últimos quatro anos, a margem líquida das exportadoras de grãos foi de cerca de 1 por cento”, afirmou. Mendes acrescentou que, por ora, tanto produtores quanto exportadores não estão deixando de fechar negócios, na expectativa de uma reversão dessa situação, mas comentou que “apenas o governo tem cacife” para alterar isso.
Fonte: Reuters