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A safra brasileira de grãos 2017/18 começou com previsões menos otimistas em relação à 2016/17. No primeiro levantamento, estimativas iniciais da CONAB apontavam para uma produção de até 228,2 milhões de toneladas, sendo a soja em até 108,3 milhões, uma retração de 5% em relação à safra passada da oleaginosa. Já para o milho, a produção estimada era de até 93,6 milhões de toneladas, divididos em 26,4 milhões na primeira safra e 67,2 milhões na segunda, um cenário de redução de 13% na produção de primeira safra e estabilidade na segunda, motivada pelos baixos preços vistos no ano anterior e na maior rentabilidade da soja.
O plantio da primeira safra iniciou-se com estiagens, principalmente na região Centro-Oeste, onde houve atrasos e geraram preocupação aos produtores. Com o avanço dos trabalhos e a chegada das chuvas em fevereiro, o desenvolvimento seguiu sem grandes problemas, passando de uma condição seca para uma ótima condição climática, exceto em alguns locais pontuais, como o oeste do PR, Leste do MT e GO com excesso de chuvas e muita nebulosidade. Assim, novos levantamentos foram sendo realizados, com estimativas superiores devido ao bom desenvolvimento geral. No último levantamento em maio, a produção de grãos já estava estimada em 232,6 milhões de toneladas sendo a soja elevada para 117 milhões, em função da conversão de área de milho e as boas condições climáticas, principalmente no MT e MATOPIBA. A Bahia, por exemplo, alcançou produção recorde de 6 milhões de toneladas. No caso do milho, porém, o cenário é menos favorável. Com redução de área de 4,5% na primeira safra, a previsão de produção mantém-se estável. Para a segunda safra, houve redução para menos de 63 milhões na produção em decorrência do alongamento de ciclo da safra de soja e que fez que parte do milho fosse plantado fora da janela ideal, aumentando assim, o risco climático envolvido. Nesse balanço, 70% da produção nacional de milho está alocada na segunda safra o que pode significar perdas maiores em caso de quebra.
Produtores estão cautelosos referente ao desfecho da segunda safra, sob risco de estabelecerem contratos e acabarem ficando sem o produto no ato da entrega. Isto está se refletindo na comercialização fraca em 2018. Apesar da alta nos preços, apenas 30% (até 16/05) foi comercializada ante 55% em 2017. Por outro lado, há aqueles produtores que, por estarem mais capitalizados em função da boa safra de soja, estão aguardando um cenário ainda melhor de preços para entrarem no mercado. Entretanto, esse movimento tem causado ainda mais problemas aos produtores de carnes, que já enfrentam uma crise no setor devido aos embargos europeus.
Diante disso, a CONAB realizou no dia 08/05 mais um leilão de milho, ofertando 200 mil toneladas do grão a esses produtores. No dia 17/05, uma nova operação dever ocorrer, com preços variando entre R$19 e R$24 a saca. A CONAB está autorizada a leiloar até 1 milhão de toneladas.
Usinas que produzem etanol a partir do milho no MT também estão no mercado à vista. Com necessidade de abastecimento diário de ao menos mil toneladas, elevaram os valores oferecidos a vendedores para R$ 28/saca FOB, com retirada e pagamento imediatos, viabilizando negócios. Nas últimas semanas, o valor máximo proposto tinha sido R$ 27/saca FOB. Para se prevenir contra a estimativa de uma safra menor, usina de etanol da região também comprou ontem (16/05) produto de Nova Mutum por R$ 25/saca FOB, que chegará a Campo Verde a cerca de R$ 30 com o valor do frete.
Na contramão da safra brasileira, a Argentina enfrentou sérios problemas com uma seca severa, tida como a pior dos últimos 30 anos e durante quase todo o desenvolvimento da safra, o que pode consolidar uma quebra de 35% em sua produção de soja, ou seja, 20 milhões de toneladas a menos e 7 milhões a menos no caso do milho. Isso foi suficiente para sustentar as cotações da soja na CBOT acima dos 10 cents/bu, num cenário internacional de queda de oferta e aumento de demanda. O milho seguiu no mesmo caminho, com quebra na Argentina e incertezas quanto à segunda safra brasileira, há sustentação nas cotações mantendo a CBOT acima de 4 cents/bu e também a CEPEA acima de R$42/saca, uma valorização de mais de 25% em 2018.
Fonte: AGROMETRIKA