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As duas culturas responderam pelo crescimento de 20,7% da safra, bastante afetada pela baixa nos cafezais. Ainda é cedo para avaliar como será 2018
A soja apresentou significativo aumento de 8,1% da produtividade em Minas, e teve destaque no PIB estadual
As apostas no desempenho das lavouras em 2018 ainda são arriscadas, depois de um 2017 de bons resultados em Minas Gerais, à exceção do café. A soja e o milho foram os produtos que mais contribuíram para o crescimento recorde da safra de grãos no estado, estimada em 14,1 milhões de toneladas. Houve aumento de 20,7% em relação à safra 2015/2016. A baixa nos cafezais mineiros derrubou o Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços no estado) no terceiro trimestre.
Responsável por 54% da produção brasileira, o café de Minas, tendo à frente o do tipo arábica, tem como particularidade a alternância de safras (alta e baixa), destaca Cleverton Santana, gerente de levantamento e avaliação de safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “É uma espécie arbórea que apresenta essa variação a cada ano. Num ano apresenta seu melhor potencial e nos anos ímpares tem bienalidade negativa. Além disso, em outubro de 2016 a falta de chuvas e temperaturas alta impactaram no tamanho da produção”.
De acordo com acompanhamento das plantações feito pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), a área plantada em Minas cresceu 2,1%, tendo alcançando 3,4 milhões de hectares. O milho e a soja representam 89% da produção mineira de grãos. O uso de tecnologia em máquinas e implementos, sementes, nos sistemas de cultivo e no uso da irrigação, além das condições climáticas favoráveis, foi essencial para garantir a produtividade e o bom resultado na safra 2016/2017.
Lavoura em Uberaba: desempenho foi bastante positivo ao longo de 2017, tanto na primeira quanto na segunda safra
A área plantada com milho alcançou 1,3 milhão de hectares em Minas e a produtividade foi de 6 mil quilos por hectare, representando acréscimo de 21,1%. A produção de soja, por sua vez, foi de 5,1 milhões de toneladas, numa área plantada de 1,5 milhão de hectares e produtividade de 3,5 mil quilos por hectare, com aumento de 8,1%. Quando analisadas as exportações, os embarques de 8,7 milhões de toneladas avançaram 4,6%frente à safra anterior. Segundo a Seapa, o agronegócio foi responsável por 31,4% da pauta de vendas de Minas no exterior.
A produção do café arábica foi estimada em 1,480 milhão de toneladas, segundo projeções divulgadas em outubro pelos pesquisadores da Fundação João Pinheiro. O resultado indica queda de 18,5% frenta à safra de 2016. O volume produzido de café Canephora atingiu 21.714 toneladas, com aumento de 20,8% na comparação com 2016. O monitoramento do café em todo estado é feito por amostra estatística aleatória, explica Cleverton Santana, da Conab, devido ao tamanho das áreas cultivadas, o que não ocorre com os demais grãos. Estes últimos são avaliados mensalmente e associados às condições climáticas do momento, para se estimar a produtividade do plantio. Na avaliação do técnico da Conab, ainda é cedo para traçar prognósticos relativos a 2018.
Retração – Santana vê alguns indicativos, como as condições climáticas, e aplicação de tecnologias disponíveis no campo, de uma boa safra. “O Brasil, com sua extensão territorial, tem15 espécies de grãos espalhados e cultivados e sendo colhidos e plantados ao mesmo tempo”, afirma. O primeiro prognóstico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra 2018 mostrou que a produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá chegar a 220,2 milhões de toneladas, 8,9% abaixo da safra deste ano. Entretanto, o balanço feito pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) indica recorde na produção total de grãos: 238,2 milhões de toneladas.
Para Minas Gerais, a produção total esperada é de 13,1 milhões de toneladas em 2018, indicativo de queda de 7,6% frente ao resultado deste ano. Segundo levantamentos de dados pela Conab, o amendoim, o arroz e feijão tiveram boas condições de desenvolvimento em 2017, com algumas exceções onde há ainda empresários que não usam tecnologias avançadas. As chuvas favoreceram o desenvolvimento da plantação e a colheita não sofreu com água em excesso. Somente no Paraná, segundo a Conab, a primeira safra de feijão teve sua qualidade afetada devido ao volume de chuva.
Agrolink – 01/01/2018