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Acendeu o sinal amarelo para a oferta de milho: a exportação continua aquecida, a área de plantio será menor nas duas safras (verão e inverno) e, a depender do clima, essa situação pode agravar-se ainda mais. É o que mostram os dados mais recentes do setor. O que pode compensar esse quadro difícil é o grande estoque de passagem desta safra para a outra. As exportações de dezembro, mantido o ritmo atual obtido até a terceira semana, deverão fechar o mês em 4.3 milhões de toneladas, bem acima do volume de dezembro de 2016 (368.000 toneladas).
Com a venda externa deste mês, o volume do ano vai para 30 milhões de toneladas. Em 2016, foram 22 milhões. Os números do próximo ano serão bem distintos dos deste. A produção nacional de milho de 2018 deverá recuar para 84 milhões de toneladas, um volume 13.5 milhões inferior ao deste ano, segundo dados da AgRural. Essa queda ocorre devido a uma perda de área destinada ao milho tanto na safra de verão como na de inverno. Na avaliação da AgRural, a área de plantio de milho poderá sofrer um recuo considerável: dos 12.1 milhões de hectares da safra de 2016/17 para algo em torno de 10.8 milhões de hectares na de 2017/18.
Para Mato Grosso, o principal produtor do País, se estima um grande recuo. Nos cálculos do IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Aplicada), a área da safrinha deve cair para 4.2 milhões de hectares em 2018, 10% a menos do que a deste ano. A produção do Estado, devido a uma produtividade menor, pode amargar expressivo recuo (19%), caindo para 24,7 milhões de toneladas. A Conab ainda mantém uma estimativa de produção de 92 milhões de toneladas de milho, mas esse número deverá ser ajustado após fevereiro, quando o órgão começará a fazer estimativas para a safrinha.
Somando as projeções de produção da AgRural (84.1 milhões de toneladas) e os estoques de passagem da Conab (19.4 milhões), a oferta de milho seria de 103.5 milhões de toneladas. Descontados o consumo interno (58.5 milhões de toneladas) e a exportação (30 milhões de toneladas), os estoques de 2017/18 ficariam próximos de 15 milhões de toneladas. Ainda é um volume que dá boa sustentação ao mercado, mas qualquer problema climático mais sério, principalmente durante a safrinha, traria preocupação aos compradores e esperanças de preços melhores aos produtores.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO