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O termo “Agricultura Digital” começou a circular nos meios agrícolas nos últimos tempos e como toda a novidade ligada a novas tecnologias, ainda gera dúvidas. Por meio do uso de diversas técnicas ligadas à informática, ela auxilia os produtores na tomada de decisões ao longo das safras ao ser aplicada na gestão completa das propriedades agrícolas. O termo novo propõe um passo além na integração do uso de ferramentas que já estão no mercado com a adição de novas técnicas.
Para Marcio Albuquerque, diretor da Falker e presidente da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), trata-se de uma revolução digital que já mudou profundamente muitos setores, do comércio a diversas indústrias, chegando ao campo. “A disponibilidade cada vez maior de tecnologias digitais de coleta, transmissão, processamento, análise e armazenamento de grande quantidade de dados é a base para estas novas tecnologias”, disse.
Albuquerque disse que no futuro, se vislumbra a união de informações agronômicas detalhadas sobre cada talhão da fazenda, dados precisos sobre a operação das máquinas agrícolas, informações completas de previsão climática, controle completo e detalhado do uso de insumos e custos indiretos, dados de sensores instalados de forma permanente nas lavouras e conectados, informações de satélites de grande precisão ou de drones, monitoramento de pragas e outras informações que direta ou indiretamente influenciam na produção agrícola. Salienta, no entanto, que para a utilização de forma eficiente de toda esta grande quantidade de dados é preciso o apoio de tecnologias digitais, com capacidade para extrair informações úteis.
Segundo Albuquerque, é preciso atenção, pois o foco não deve estar nas inúmeras tecnologias, mas no seu uso para auxiliar em decisões de manejo que aumentem a produtividade e rentabilidade das lavouras. “Temos disponíveis hoje as primeiras ferramentas de agricultura digital que começam a oferecer partes da visão que se acredita ser possível ter nas lavouras daqui alguns anos. Iniciando-se pela agricultura de precisão, que oferece dados cada vez mais completos sobre as variações presentes nas áreas, passando pelo uso de novos satélites, drones, sensores conectados, telemetria de máquinas e sistemas web que permitem tirar proveito desses dados”, disse.
Entre o que está disponível hoje no mercado e a visão de futuro de uma lavoura conectada com decisões totalmente apoiadas na tecnologia, o produtor precisa medir seus passos e não ficar para trás. É importante que adote as novas tecnologias que chegam para ajudá-lo. Porém, Albuquerque alerta ser necessária uma avaliação do que cada nova tecnologia disponível já consegue entregar de resultado frente ao seu custo. “Por isso, é fundamental lembrar que não existem milagres e os resultados de uma boa gestão nem sempre se observam em apenas uma safra, devido aos diversos fatores envolvidos. Algumas tecnologias chegaram para ficar, outras precisarão ainda amadurecer, e quem separará uma da outra será o produtor, avaliando os resultados das próximas safras”, disse.
Fonte: AGROLINK