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O clima, por sua vez, influenciou positivamente a produção agropecuária brasileira
Apesar das turbulências nos cenários interno e externo no início deste ano, o agronegócio brasileiro continuou expandindo seu faturamento externo, de acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A elevação está atrelada ao aumento do preço em dólar entre janeiro e abril de 2017, visto que o volume exportado registrou redução de 15% no mesmo período.
Conforme pesquisas do Cepea, o faturamento em dólar das exportações do agronegócio cresceu aproximadamente 3% no primeiro quadrimestre deste ano frente ao mesmo período de 2016. A receita acumulada foi de US$ 28,5 bilhões no período, representando mais de 40% do total obtido com as exportações totais do País. Em Real, porém, o faturamento caiu mais de 19%. Além da queda no volume, o faturamento em moeda nacional também se ressentiu da valorização do Real nesse período, o que reduziu a atratividade das exportações da grande maioria dos produtos exportados pelo País, com exceção do açúcar, da carne de suínos e do etanol.
A China continua na liderança das compras dos produtos brasileiros e tem aumentado sua participação total nas vendas do setor. Nos primeiros quatro meses de 2017, a participação chinesa atingiu expressivos 32% do total, seguida pelas compras dos países da Zona do Euro (15%) e Estados Unidos (6,6%). O clima, por sua vez, influenciou positivamente a produção agropecuária brasileira, elevando consideravelmente a oferta dos grãos. No mesmo período, a exportação de soja em grão cresceu 14%, enquanto a de milho teve queda de mais de 80%.
Há disponibilidade de produto no mercado brasileiro para que as vendas continuem crescendo ao longo do ano, mas esse aumento da oferta interna pode pressionar as cotações internacionais, devido ao fato de o Brasil ser um dos principais produtores mundiais. Assim, é difícil antever se o faturamento externo do setor continuará apresentando crescimento ao longo de 2017. Quanto ao mercado de câmbio, é ainda mais difícil prever o que acontecerá diante de tantas crises internas e externas. O que se pode esperar é que a volatilidade das cotações deve continuar alta nos próximos meses.
Fonte: Cepea/Esalq