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A quarta-feira (14) foi de volatilidade aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Após iniciar o dia em campo positivo, as cotações do cereal voltaram ao lado negativo da tabela e encerraram o dia com quedas entre 3,50 e 4,00 pontos. O vencimento julho/17 era cotado a US$ 3,77 por bushel, enquanto o setembro/17 trabalhava a US$ 3,85 por bushel. O dezembro/17 fechou o pregão a US$ 3,95 por bushel.
O foco dos participantes do mercado permanece no comportamento do clima no Meio-Oeste. E, segundo o noticiário internacional, reportou que as algumas localidades, como as Dakotas, receberam chuvas, porém, outras ainda precisam de precipitações.
“O milho da porção leste do Corn Belt está entrando em fase de polinização em bom estado, porém, na porção oeste as condições não são as melhores devido à escassez de umidade”, reportou a Granoeste Corretora de Cereais em seu comentário diário.
O site Agriculture.com destacou que os maiores produtores de milho e soja nos EUA, Iowa e Illinois, receberam poucas ou nenhuma chuva nos últimos dias. Em entrevista ao portal, o meteorologista David Streit, da Commodity Weather Group, ressaltou que algumas chuvas são previstas para o Corn Belt em breve.
“Mas as tempestades serão intermitentes e irregulares, por isso, prever exatamente onde a precipitação cairá é difícil identificar. Nenhum dos sistemas que produzem chuvas é muito organizado”, reforça o especialista.
As áreas mais prováveis para perder as chuvas nos próximos setes dias são os estados ocidentais do cinturão produtor de milho, incluindo Nebraska, Kansas e Dakota do Sul. “Vários modelos meteorológicos estão apresentando poucas chuvas em partes do leste de Illinois e oeste de Indiana”, disse Streit.
Além disso, o clima quente também permanece como uma preocupação dos produtores americanos, cujas culturas recém-emergidas foram obrigadas a aguentar o calor forte recentemente. O meteorologista ainda explica que uma nova onda de calor é esperada para entrar no cinturão produtor de milho.
“Não são todas más notícias, embora a as chuvas previstas nos próximos 7 a 10 dias sejam intermitentes. As precipitações deverão ajudar a construir a umidade necessária do solo nas áreas contempladas”, diz Streit.
Ainda assim, o meteorologista alerta que algumas áreas de milho foram semeadas com solos úmidos. Cenário que resulta em sistemas radiculares rasos, então se o clima permanecer quente, mesmo antes da polinização, poderia significar problemas aos agricultores, informou o Agriculture.com.
“O milho é bastante difícil de resistir até cerca de uma ou duas semanas antes do processo de polinização. Se entrarmos na segunda ou quarta semana de julho, é quando você faz ou quebra seu rendimento. É quando vamos nos concentrar”, completa Streit.
Até o início dessa semana, em torno de 67% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições, conforme último levantamento do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Além disso, a queda registrada no petróleo, de mais de 3,7% na Bolsa de Nova York, também pesou sobre o mercado do cereal dada a relação com o mercado de etanol no país. O barril fechou o dia a US$ 47,73.
Mercado brasileiro
Mais uma vez, as cotações do milho praticadas no mercado doméstico apresentaram ligeiras modificações nesta quarta-feira. Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor subiu 6,67% em Campo Novo do Parecis (MT), com a saca do milho a R$ 16,00. Em Tangará da Serra (MT), a alta foi de 3,03%, com a saca a R$ 17,00.
Já em Rondonópolis, ainda no estado mato-grossense, a perda ficou em 2,63%, com a saca do cereal a R$ 18,50. No Oeste da Bahia, o dia também foi negativo com a saca do milho a R$ 22,50 e queda de 1,10%. No Porto de Paranaguá, a saca futura caiu 1,69%, com a saca a R$ 29,00.
Os preços permaneceram estáveis antes do feriado de Corpus Christi, comemorado nesta quinta-feira no Brasil. Contudo, a chegada da safrinha no mercado interno continua no radar dos investidores. Em Mato Grosso, a colheita se aproxima de 6% da área cultivada nesta safra, já no Paraná, o índice é de 1%.
Enquanto isso, na BM&F Bovespa os preços do milho encerraram o dia em queda. As principais posições do cereal caíram entre 0,76% e 1,18%. O setembro/17, referência para a safrinha brasileira, recuou 0,92% e finalizou o dia a R$ 26,94 a saca. O novembro/17 terminou a sessão a R$ 27,57 a saca, com desvalorização de 1,18%.
As cotações cederam em meio à queda registrada no mercado internacional e também no dólar. A moeda norte-americana caiu 0,84% e encerrou o pregão a R$ 3,2805 na venda. A moeda recuou depois do Federal Reserve, banco central norte-americano, elevar a taxa de juros do país, em 0,25%, e sinalizar que poderá começar a reduzir sua carteira de títulos esse ano, informou a Reuters.
Fonte: Notícias Agrícolas