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Secretários da Agricultura de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul se unem para discutir a produção de milho nos três estados. Preocupados com o equilíbrio entre a oferta e a demanda do grão e as oscilações de preço, os secretários se reuniram na quinta-feira (04), via videoconferência, para tratar da organização do Fórum Mais Milho, onde esses assuntos serão debatidos. O evento terá edições nos três estados e em Santa Catarina será realizado em Chapecó, no mês de junho.
O Fórum será uma oportunidade para lideranças, produtores e representantes de agroindústrias, além dos outros elos envolvidos na cadeia produtiva do milho, discutirem os desafios e oportunidades para o setor produtivo de grãos e de proteína animal. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná são importantes produtores de carnes e leite e, por isso, grandes consumidores de milho. Afinal, 75% da ração animal é formada pelo grão. Só o setor produtivo de carnes em Santa Catarina consome seis milhões de toneladas de milho/ano, ou seja, o dobro do que o estado produz.
O Paraná é o único dos três estados que é autossuficiente na produção de milho. Com uma safra esperada de mais de 18 milhões de toneladas este ano, o consumo das agroindústrias paranaenses gira em torno de 13 milhões de toneladas/ano. O excedente da produção abastece outros estados e é destinado para exportação. “Esta será a melhor safra da nossa história. Os pequenos, médios e grandes produtores obtiveram grande produtividade, numa média de 9,2 toneladas/ hectare”, destaca o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara.
Enquanto isso, Santa Catarina é o maior comprador de milho do Brasil. O secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, explica que será muito difícil o estado conseguir atender a demanda das agroindústrias devido ao seu espaço territorial limitado. “Temos 1,12% do território brasileiro e somos o maior produtor nacional de suínos e o segundo maior produtor de aves. Nossa preocupação é aumentar a produtividade das nossas lavouras e equilibrar os preços de milho para que tanto os produtores do grão quanto os produtores de suínos e aves tenham competitividade”.
O Rio Grande do Sul também caminha para que a produção consiga suprir a demanda no estado. Com o uso de tecnologia, a quantidade produzida tem avançado e a expectativa é de que o estado alcance a autossuficiência em breve.
Para equilibrar os preços do milho, beneficiando produtores e agroindústrias, os três secretários acreditam que seja fundamental a implantação de uma política de mercado futuro para o grão. Ou seja, os produtores se comprometem a vender parte da produção a preço fixo para as cooperativas ou agroindústrias. Em Santa Catarina, uma iniciativa como esta já foi implantada com o Programa de Incentivo ao Plantio de Milho, que garantia R$ 34 por saca de milho.
O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, afirma que o poder público pode fomentar essa discussão e ajudar a estabelecer uma política de compra futura que atenda tanto os produtores quanto os setores consumidores. Segundo ele, o exemplo das safras 2015/16 e 2016/17 pode ser um estímulo para os produtores. Na última safra, o milho chegou a ser vendido por R$ 50 a saca e este ano o preço já gira em torno de R$ 23 a saca. Ano passado, em Santa Catarina, alguns produtores não aderiram ao Programa de Incentivo ao Plantio de Milho pensando que perderiam dinheiro ao receber R$ 34/ saca, hoje esse valor já super em R$ 11 o preço da saca.
Fórum Mais Milho
O Fórum do Milho trará especialistas, lideranças e produtores para debater a produtividade, mercado e políticas públicas para o grão. Estão programados eventos nos três estados do sul e em Santa Catarina acontecerá no mês de junho em Chapecó.
O secretário da Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, destaca a importância da iniciativa para o debate entre todos os elos da cadeia produtiva de grãos. “Esta é uma oportunidade de unir os três estados do Sul, que tem realidades diferentes, mas objetivos comuns. Teremos sucesso se conseguirmos mostrar para indústrias e produtores que o mercado futuro é uma opção segura e que pode atender os dois setores”.
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